Constellation Brands sofre downgrade após tarifas de Trump sobre importações

A recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 25% sobre produtos do México e do Canadá e 10% sobre produtos da China está gerando preocupações no mercado, especialmente para a Constellation Brands. A empresa, que importa cervejas mexicanas como Modelo, Corona e Pacifico, foi rebaixada de "overweight" para "neutral" pela Piper Sandler, que também reduziu o preço-alvo das ações de R$ 245 para R$ 200. A previsão da Piper sugere um potencial de valorização de cerca de 11% em relação ao fechamento de R$ 180,80 na sexta-feira.

A análise da Piper Sandler indica que, se as tarifas persistirem por um ano fiscal completo, a Constellation pode enfrentar um impacto de R$ 3,00 a R$ 3,75 no lucro por ação (EPS) para o ano fiscal de 2026. O analista Michael Lavery destacou que a empresa pode ser uma das mais pacientes do setor, optando por não aumentar os preços imediatamente, embora a concorrência, como TAP e BUD, não enfrente custos adicionais devido a tarifas.

Após a abertura do mercado, a Jim Cramer's Charitable Trust anunciou a venda de 225 ações da Constellation Brands a aproximadamente R$ 172, reduzindo sua participação de 2,22% para 1,11%. A decisão de venda reflete a necessidade de mitigar riscos associados às tarifas, especialmente após a percepção de que a empresa não seria isenta. A expectativa é que a Constellation enfrente dificuldades para repassar os custos adicionais aos consumidores, já que a empresa luta contra um crescimento de volume em desaceleração.

Os gestores de portfólio estão avaliando a situação e consideram que as tarifas podem não ser permanentes, dado o caráter transacional das ações de Trump. No entanto, a incerteza sobre o impacto das tarifas nos lucros e a necessidade de uma decisão de venda foram fatores determinantes para a redução da posição na Constellation. A venda resultará em uma perda de cerca de 30% em relação ao preço de compra em 2022.