Trabalhadores aceitam cortes salariais para manter o trabalho remoto, revela estudo

A valorização do trabalho remoto tem crescido a ponto de muitos trabalhadores aceitarem cortes salariais para manter essa modalidade, mesmo que em meio período. Durante a pandemia de Covid-19, o teletrabalho se tornou comum, e a Pew Research Center aponta que o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é o principal benefício percebido pelos funcionários. Um estudo recente de instituições como Harvard e Johns Hopkins revelou que cerca de 40% dos trabalhadores aceitaria uma redução de pelo menos 5% no salário para continuar em home office, enquanto 9% estariam dispostos a abrir mão de 20%.

O professor de economia da Stanford University, Nick Bloom, sugere que a possibilidade de trabalhar de casa é vista como um aumento salarial de cerca de 8%. Essa percepção se mantém estável ao longo do tempo, com alguns grupos, como os da área de tecnologia, dispostos a aceitar cortes ainda maiores, em média 25%, por empregos que ofereçam trabalho remoto. A pesquisa da National Bureau of Economic Research analisou quase 1.400 trabalhadores do setor tecnológico, revelando que a média de idade era de 32 anos e a compensação total oferecida era de R$ 239 mil por ano.

Entretanto, nem todos os trabalhadores preferem o home office. Aproximadamente 41% dos que têm a opção de teletrabalho, mas raramente utilizam, afirmam que o trabalho presencial os ajuda a se conectar melhor com os colegas. Além disso, grandes empresas como Amazon e JPMorgan Chase têm implementado mandatos de retorno ao escritório. Apesar disso, a quantidade de dias trabalhados remotamente se manteve estável entre 25% e 30%, mais do que o triplo da taxa pré-pandemia, segundo a WFH Research.

O trabalho remoto também traz vantagens para as empresas, que podem economizar com espaço físico e contratar candidatos de diferentes regiões a salários mais baixos. Além disso, trabalhadores que têm a opção de teletrabalho tendem a permanecer mais tempo nas empresas, reduzindo custos com recrutamento e treinamento, conforme apontado por Bloom.