Argentina surpreende com recuperação econômica rápida após drásticos cortes de gastos

A economia da Argentina tem surpreendido especialistas com uma recuperação rápida após a implementação de drásticos cortes de gastos e desregulação econômica sob a liderança do presidente Javier Milei. Inicialmente, o governo esperava que a economia começasse a crescer apenas em 2025, mas já no terceiro trimestre de 2024, sinais de recuperação começaram a aparecer, com a inflação em queda e a criação de empregos. "Ninguém apostava que os resultados econômicos apareceriam tão cedo," afirmou um economista.

O ajuste fiscal agressivo, que reduziu o déficit primário de 6% do PIB em 2023 para um superávit de 1% em 2024, foi alcançado por meio de cortes significativos no gasto público e eliminação de subsídios. Essa estratégia, chamada de "motosierra," teve um impacto imediato na economia, com a taxa de pobreza diminuindo e os salários reais aumentando. "Argentina se tornou um caso excepcional entre os mercados emergentes," destacou Mariano Fiorito, diretor da Schroders.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reconheceu que o sucesso da Argentina se deve às reformas implementadas pelo governo. A inflação mensal caiu de 25% em dezembro de 2023 para 2,7% em dezembro de 2024, superando as expectativas. O risco país também diminuiu, com os juros da dívida caindo de 30% para 11-12%. "O desempenho foi impressionante," disse Mali Chivakul, economista de mercados emergentes.

Para consolidar esses avanços, a Argentina precisa aumentar suas reservas em dólares, o que depende de um novo acordo com o FMI, que pode chegar a 11 bilhões de dólares. O governo de Milei está comprometido em levantar os controles de capital, o que pode atrair mais investimentos. "O primeiro ano de Milei foi marcado por avanços significativos," concluiu Fiorito, ressaltando a importância de continuar as reformas para garantir a estabilidade econômica.