Biogen supera expectativas com cortes de custos e novos medicamentos, mas projeções decepcionam

A Biogen divulgou na quarta-feira resultados do quarto trimestre que superaram as expectativas, com receitas e lucros impulsionados por cortes de custos e crescimento de novos produtos, como o tratamento inovador para Alzheimer, Leqembi. No entanto, a previsão da empresa para o ano atual não atendeu às expectativas de Wall Street. A Biogen projetou um lucro ajustado para 2025 entre R$ 15,25 e R$ 16,25 por ação, abaixo da expectativa de R$ 16,34 por ação, conforme dados da LSEG, refletindo um impacto cambial de R$ 0,35 por ação.

A empresa espera uma queda na receita de "um dígito médio" em 2025 em comparação a 2024, devido à diminuição nas vendas de produtos para esclerose múltipla, que enfrentam concorrência de genéricos. Apesar disso, a Biogen acredita que Leqembi, junto com novos tratamentos para doenças raras e depressão, ajudará a compensar essa queda. No quarto trimestre, Leqembi gerou R$ 87 milhões em receita, superando as expectativas de R$ 67 milhões.

Os resultados do quarto trimestre mostraram vendas de R$ 2,46 bilhões, um aumento de cerca de 3% em relação ao ano anterior, e um lucro líquido de R$ 266,8 milhões, ou R$ 1,83 por ação. A empresa também anunciou um programa de cortes de custos iniciado em 2023, visando economizar R$ 1 bilhão até o final de 2025. Além disso, a Royalty Pharma firmou um acordo para fornecer R$ 250 milhões em financiamento para pesquisa e desenvolvimento do medicamento litifilimab, que está sendo estudado para tratar lúpus.

Outros produtos também mostraram crescimento, como Skyclarys, que registrou vendas de R$ 102 milhões no quarto trimestre, quase o dobro do ano anterior, embora abaixo da expectativa de R$ 112 milhões. O FDA aprovou Skyclarys em 2023 como o primeiro tratamento para ataxia de Friedreich. Por outro lado, Zurzuvae, o primeiro comprimido para depressão pós-parto, teve vendas de R$ 22,9 milhões, abaixo da expectativa de R$ 26 milhões. As vendas de tratamentos para esclerose múltipla caíram 8%, totalizando R$ 1,07 bilhão no segundo trimestre.