Privatização de Fannie Mae e Freddie Mac pode impactar compradores e investidores de imóveis

Fannie Mae e Freddie Mac, as duas gigantes do financiamento hipotecário controladas pelo governo federal há quase 17 anos, podem ser vendidas para o setor privado. Durante o primeiro mandato do presidente Donald Trump, houve tentativas de liberar a Federal National Mortgage Association (Fannie Mae) e a Federal Home Loan Mortgage Corporation (Freddie Mac) para o mercado privado, mas a complexidade do processo impediu a concretização. Embora Trump não tenha abordado a venda das ações do governo, o tema está ressurgindo em seu segundo mandato, com especialistas alertando que isso pode resultar em taxas de hipoteca mais altas e riscos para investidores.

Em janeiro, a Federal Housing Finance Agency e o Departamento do Tesouro concordaram em alterar os acordos de compra de ações preferenciais entre o Tesouro e as duas empresas. A forma como a liberação das GSEs (Government-Sponsored Enterprises) será realizada e a supervisão governamental posterior ainda são incertas. Mark Zandi, economista-chefe da Moody's Analytics, afirmou que a decisão final dependerá das prioridades de Trump, mas alertou que a viabilidade econômica da liberação pode ser questionável. "A economia se tornará aparente e isso não fará sentido," disse Zandi.

A extensão do apoio do governo após a liberação de Fannie Mae e Freddie Mac será crucial, segundo Andy Winkler, do Bipartisan Policy Center. A administração Trump enfrentará desafios logísticos e legais, e especialistas como Susan Wachter alertam que, se o processo não for bem executado, as taxas de hipoteca podem subir. Zandi acredita que a demanda por taxas de juros mais altas para compensar os riscos pode resultar em maiores custos de empréstimos para hipotecas, afetando a maioria dos compradores que ainda dependem de financiamentos.

Fannie Mae e Freddie Mac, que sustentam cerca de 70% do mercado hipotecário, foram criadas para facilitar a propriedade de imóveis e garantir a existência da hipoteca de taxa fixa de 30 anos. Desde 2008, as duas empresas estão sob conservadoria após quase colapsarem durante a crise financeira. O governo interveio para evitar danos maiores ao mercado imobiliário, mas a liberação das GSEs pode levar anos e envolver múltiplas partes, incluindo o Tesouro e a Justiça. Zandi conclui que a liberação pode ser prejudicial para todos os envolvidos, questionando "Que problema estamos tentando resolver?"