17 de fev 2025
Raízen interrompe projetos e avalia vendas para enfrentar alta dos juros, afirma CEO
Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, enfrenta dificuldades financeiras. A empresa interrompe novos projetos e avalia venda de ativos para reduzir dívidas. Prejuízo líquido de R$ 2,6 bilhões no último trimestre impacta a operação. Aumento da taxa Selic para 13,25% pressiona custos de empréstimos e operações. Ações da Raízen caíram 54% em um ano, gerando incertezas para investidores.
Foto:Reprodução
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A Raízen (RAIZ4), maior produtora de açúcar e etanol do Brasil, está avaliando a venda de ativos e interrompendo a construção de novas usinas para reduzir sua dívida, impactada pela alta dos juros no país. O CEO, Nelson Gomes, destacou a necessidade de uma revisão profunda do portfólio durante uma call com analistas, após o Banco Central elevar a taxa Selic para 13,25% ao ano. A expectativa é que a Selic chegue a 15% ao ano até o final de 2025.
As ações da Raízen caíram cerca de 54% no último ano, refletindo a pressão financeira da empresa. Embora Gomes não tenha especificado quais ativos podem ser vendidos, ele reafirmou que os negócios de açúcar, etanol e distribuição de combustível no Brasil e Argentina permanecerão como foco. O CFO, Rafael Bergman, informou que apenas duas usinas de etanol de segunda geração em construção seguirão adiante, enquanto novos projetos serão suspensos.
No quarto trimestre, a Raízen registrou um prejuízo líquido de R$ 2,6 bilhões, muito acima das expectativas de lucro de R$ 365 milhões. A produção de açúcar foi afetada pela seca, e a empresa também enfrentou um encargo de R$ 618 milhões relacionado a operações comerciais. As ações da companhia oscilaram, caindo 7,3% no início do pregão, mas se recuperaram, subindo 3,4% por volta das 16h30.
Recentemente, a Raízen passou por mudanças na liderança, com Gomes assumindo o cargo em novembro de 2024. A Cosan, controladora da Raízen, também busca reduzir sua alavancagem. A analista do Itaú BBA, Monique Greco, alertou que as fraquezas no balanço patrimonial podem afetar o otimismo dos investidores no curto prazo, mas acredita que a recuperação da empresa pode oferecer uma proposta de risco-recompensa interessante a longo prazo.
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