Walmart enfrenta sua pior semana desde 2022; ex-CEO acredita em oportunidades para investidores

O ex-CEO da Walmart nos Estados Unidos, Bill Simon, afirmou que a recente queda nas ações da varejista, relacionada a uma previsão de crescimento de lucros mais lenta e temores sobre tarifas, representa uma grande oportunidade para investidores. Em entrevista ao programa "Fast Money" da CNBC, Simon destacou que, apesar das incertezas sobre tarifas entre os EUA, Canadá e México, ele acredita que "nada" deve impactar a Walmart, pois "o consumidor decide" independentemente das tarifas. Ele exemplificou com a escolha entre guacamole e salsa, dependendo da incidência de tarifas sobre os produtos.

Simon, que atualmente faz parte do conselho da Darden Restaurants e preside a Hanesbrands, considera a Walmart uma varejista ágil, capaz de mitigar os efeitos das tarifas. Ele mencionou que grandes empresas como Walmart, Costco, Target e Amazon têm a capacidade de redirecionar produtos e desenvolver marcas próprias para enfrentar os desafios impostos por tarifas. Recentemente, as ações da Walmart sofreram sua pior performance semanal desde maio de 2022, com uma queda de quase 9% e mais de 6% no dia da divulgação dos resultados do quarto trimestre fiscal, o que representa a pior queda diária desde novembro de 2023.

Simon descreveu a reação do mercado como bizarra, considerando que a empresa superou as expectativas de lucro. Ele observou que, historicamente, resultados positivos costumam ser bem recebidos pelo mercado, mas agora parece haver uma necessidade de "poção mágica" para garantir uma boa performance. Em contraste com sua análise anterior, onde alertou sobre uma possível "bolha" de consumidores ricos na Walmart, ele agora acredita que o cenário econômico e geopolítico atual pode levar consumidores de alta renda a fazer compras na Walmart de forma permanente. Com as ações da Walmart caindo 10% desde seu pico histórico em 14 de fevereiro, ainda assim, a empresa apresenta um aumento de cerca de 64% em um ano.