Produção industrial recua pelo quarto mês, mas emprego na indústria surpreende com alta

O indicador de produção industrial apresentou uma queda pelo quarto mês consecutivo, passando de 48,9 pontos em janeiro para 48,0 pontos em fevereiro, conforme a Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada em 25 de fevereiro. Apesar desse recuo, o número de empregados na indústria aumentou, subindo de 49,6 pontos para 50,3 pontos. O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, destacou que essa diminuição é comum entre janeiro e fevereiro, mas o acentuado recuo em 2025 gera preocupações sobre o desempenho do setor, especialmente em relação à taxa de juros que afeta a demanda.

A Utilização de Capacidade Instalada (UCI) permaneceu em 69% em fevereiro, um ponto percentual acima do registrado no mesmo mês do ano anterior, indicando que a indústria ainda mantém um bom nível de atividade. O índice de evolução do nível de estoques ficou em 49,4 pontos, acima de janeiro, mas ainda abaixo da linha divisória de 50 pontos, sugerindo uma queda nos estoques em relação ao mês anterior. Além disso, o estoque efetivo em relação ao planejado fechou fevereiro em 49,6 pontos, evidenciando que, nos últimos 12 meses, os estoques de produtos acabados estiveram abaixo do esperado em 10 deles.

As expectativas para o setor industrial permanecem positivas, com um aumento de 0,5 ponto no índice de expectativa de demanda de fevereiro para março, embora o índice de expectativa de exportação tenha caído 0,8 ponto. Os índices de expectativa de compras de matérias-primas e de número de empregados se mantiveram estáveis. A pesquisa, realizada entre 6 e 17 de março, ouviu 1.474 empresas, incluindo pequenas, médias e grandes.

O índice de intenção de investimento registrou uma leve queda de 0,5 ponto, atingindo 57,5 pontos em março, ainda abaixo dos 58,8 pontos de dezembro de 2024. Apesar das oscilações nos índices, a CNI ressalta que as expectativas dos empresários para os próximos seis meses são otimistas, prevendo crescimento na compra de matérias-primas, no número de empregados, na demanda e nas exportações.