09 de abr 2025
Tarifas de 20% sobre produtos da União Europeia ameaçam o mercado de luxo nos EUA
Tarifas de 20% sobre produtos da UE geram incertezas no mercado de luxo dos EUA, afetando preços e comportamento dos consumidores.
Foto:Reprodução
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As empresas de luxo enfrentam um cenário desafiador nos Estados Unidos devido à imposição de tarifas de 20% sobre produtos da União Europeia pela administração Trump. Esse movimento, que contrasta com as expectativas de desregulamentação e crescimento, gera incertezas sobre preços e vendas, impactando diretamente o comportamento dos consumidores. No ano passado, os americanos foram responsáveis por 24% dos gastos globais em bens de luxo, totalizando $1,62 trilhões, segundo a Bain & Co.
O cofundador do banco de investimento BDA, Euan Rellie, destacou que os Estados Unidos deveriam ser o "salvador da indústria de bens de luxo", mas a nova política tarifária trouxe uma realidade difícil. Marcas como LVMH, Burberry e Chanel não comentaram sobre o impacto das tarifas, mesmo sabendo que os EUA representaram 25% da receita do grupo em 2024. A incerteza sobre os preços de produtos icônicos, como bolsas Chanel e relógios Rolex, pode levar os consumidores a adiar compras.
Analistas preveem que, se as tarifas permanecerem, os preços dos produtos de luxo subirão. Luca Solca, analista da Bernstein, afirmou que muitos consumidores estão hesitantes e preferindo esperar. A possibilidade de um mercado paralelo, onde produtos de luxo são comprados no exterior e revendidos nos EUA, também foi mencionada. Além disso, a tendência do "luxo silencioso" pode ressurgir, onde os consumidores optam por não exibir marcas reconhecíveis.
A situação é ainda mais complexa, pois 70% dos compradores de luxo são considerados "clientes abastados e aspiracionais", que podem reduzir gastos em tempos de incerteza econômica. O aumento contínuo dos preços no setor de luxo, como o caso das bolsas Chanel, que mais do que dobraram de preço entre 2016 e 2023, pode agravar a percepção negativa em relação a essas marcas. Apesar dos desafios, alguns segmentos, como o mercado de bens de designer vintage, podem se beneficiar da situação atual.
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