França intensifica investimentos no Brasil com aquisições em infraestrutura e energia

Em 2024, a França se consolidou como o segundo maior investidor no Brasil, com um aumento de 50% em fusões e aquisições. O movimento é evidenciado pela recente aquisição do Ipec pela Ipsos, que visa fortalecer sua presença nas pesquisas eleitorais no país. A consultoria PwC Brasil destacou que, no ano passado, foram fechados 21 negócios por empresas francesas, refletindo uma recuperação significativa em comparação ao ano anterior.

Os investimentos franceses no Brasil totalizaram US$ 58,8 bilhões em 2023, um crescimento de 55,7% em relação a 2022. O setor de infraestrutura tem atraído atenção especial, com três grandes grupos franceses anunciando investimentos bilionários em apenas uma semana. A CMA CGM adquiriu a operadora Santos Brasil por R$ 13,2 bilhões, enquanto a Vinci venceu o leilão da concessão rodoviária da Rota dos Cristais, comprometendo-se a investir R$ 6,5 bilhões.

A TotalEnergies, gigante do setor energético, já investiu mais de US$ 10 bilhões no Brasil e planeja alocar mais US$ 1 bilhão em 2025. A empresa destaca o potencial do Brasil para a transição energética, com investimentos em energia renovável e exploração de petróleo no pré-sal. O diretor geral da TotalEnergies no Brasil, Olivier Bahabanian, afirmou que o país será um dos principais contribuintes para o fluxo de caixa da companhia.

O aumento dos investimentos franceses está ligado a um reposicionamento global, impulsionado por fatores como a desvalorização do real e a busca por mercados mais seguros. O Brasil se tornou o segundo principal destino de investimentos estrangeiros diretos no primeiro semestre de 2024, atrás apenas dos Estados Unidos. O fortalecimento das relações econômicas entre Brasil e França é evidenciado pela visita do presidente francês, Emmanuel Macron, ao país, marcada para 2025 durante a COP30.