17 de abr 2025
Trabalhadores chineses enfrentam dificuldades financeiras em meio à deflação e guerra comercial
A economia chinesa enfrenta um cenário crítico, com a deflação e a guerra comercial com os EUA ameaçando milhões de empregos.
Foto:Reprodução
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Crise na China: Deflação, Tarifas dos EUA e o Aumento do Trabalho Temporário
A economia chinesa enfrenta um cenário de crescente instabilidade, com a deflação persistente e a intensificação da disputa comercial com os Estados Unidos impactando diretamente o poder de compra dos trabalhadores e impulsionando o aumento de empregos temporários. A situação é agravada por uma crise imobiliária que paralisa a atividade econômica.
Entregadores e trabalhadores de diversas áreas relatam dificuldades em manter a segurança financeira. Muitos aceitam "bicos" para complementar a renda, em um ciclo vicioso de preços baixos que corroem os salários e reduzem os lucros das empresas.
Cao Zhi, de 27 anos, trocou um emprego fixo por um trabalho de entregador em Xangai e precisa trabalhar horas extras para manter o mesmo salário inicial. Ele afirma que a redução da renda é uma realidade comum entre seus amigos.
O governo chinês tenta combater a deflação, mas as medidas adotadas, como subsídios, têm se mostrado ineficazes. A disputa comercial com os EUA, com a imposição de tarifas de 145% sobre produtos chineses, agrava ainda mais o cenário, ameaçando milhões de empregos.
As exportações, que representaram quase um terço do crescimento econômico chinês no ano passado, devem cair para o nível mais baixo desde a crise de 2008. Os preços ao consumidor e ao produtor registraram quedas significativas em março, indicando uma tendência deflacionária persistente.
A crise no setor imobiliário também contribui para o problema, eliminando o patrimônio líquido de famílias que tradicionalmente investiam em imóveis. Operários da construção civil, como Wang Longhe, de 56 anos, viajam longas distâncias em busca de trabalhos temporários, com a renda drasticamente reduzida.
O número de trabalhadores na "Gig Economy" – trabalhos flexíveis e autônomos – cresceu rapidamente, atingindo 200 milhões em 2020. Estima-se que a guerra comercial possa levar à perda de 20 milhões de empregos, impulsionando ainda mais essa tendência.
O governo busca soluções, como a inclusão de benefícios de pensão e seguro para trabalhadores de plataformas de entrega, mas a situação exige medidas mais eficazes para reverter a crise econômica e garantir a estabilidade financeira da população.
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