08 de mai 2025
Ciclo de alta da Selic pressiona empresas brasileiras a reestruturar dívidas
Custo da dívida das empresas brasileiras pode aumentar R$ 30 bilhões em 2023 com a Selic a 14,75%, levando a reestruturações financeiras.
Foto:Reprodução
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O Brasil enfrenta um cenário desafiador com a taxa Selic em 14,75%, impactando diretamente o custo da dívida das empresas no mercado de capitais. Um estudo da Alvarez & Marsal aponta que o aumento da Selic pode gerar um custo adicional de R$ 30 bilhões para as empresas em 2023. Este cenário afeta 40% das empresas listadas na B3, que não possuem capacidade de pagar juros.
O estudo revela que o total de títulos de dívida em aberto no mercado de capitais brasileiro soma R$ 1,138 trilhão, incluindo debêntures e certificados de recebíveis. Com a Selic elevada, as empresas estão buscando reestruturações financeiras, já que muitas não estavam preparadas para essa alta. O sócio-diretor da A&M Performance, Guilherme Almeida, destaca que a busca por soluções cresceu significativamente nos últimos seis meses.
Impacto nas Empresas
A situação é crítica, com 62% das empresas incapazes de refinanciar suas dívidas. Isso leva muitas delas a renegociar com credores ou considerar mudanças em sua estrutura de capital, como a venda de ativos. O diretor executivo sênior de Turnaround & Reestruturação na FTI Consulting, Luciano Lindermann, observa que o índice de alavancagem das companhias, que antes era considerado aceitável entre três e três vezes e meia, agora pode comprometer até 60% do resultado operacional.
Empresas que antes eram vistas como saudáveis agora enfrentam dificuldades para pagar o principal de suas dívidas. A situação é alarmante, com 14 das 42 empresas listadas na B3 com as maiores receitas sem capacidade de pagamento de juros. Lindermann enfatiza que o foco deve ser na velocidade da queda da Selic, pois as empresas estão incertas sobre o futuro.
Cenário de Incertezas
O ambiente de mercado é complicado, com baixo apetite para novos investimentos. As incertezas fiscais e políticas no Brasil, além do impacto das políticas tarifárias dos Estados Unidos, contribuem para essa situação. A bolsa está fechada para novos entrantes há quatro anos, e o interesse dos investidores em adquirir novos papéis é mínimo. As empresas enfrentam um desafio significativo para manter sua rentabilidade e continuar operando em um cenário de juros altos.
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