Banco Central avalia impacto positivo do novo crédito consignado na economia brasileira

O Banco Central (BC) anunciou que incorporou "algum impacto" do novo modelo de crédito consignado em suas projeções de crescimento econômico. A reformulação, lançada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva em março, visa facilitar o acesso a empréstimos mais baratos para trabalhadores do setor privado. Em pouco mais de um mês, as contratações já ultrapassaram R$ 10 bilhões.

O BC destacou que o impacto se deve principalmente à elevação da renda disponível da população, resultante da troca de dívidas mais caras pelo consignado privado. Essa mudança tem um efeito mais modesto sobre a projeção agregada do crescimento. O Comitê de Política Monetária (Copom) observou que a medida não deve ser vista como "cíclica", mas sim como uma possível alteração estrutural no mercado de crédito.

Incertezas e Acompanhamento

Apesar dos resultados positivos iniciais, o BC reconheceu que ainda há muitas incertezas sobre os efeitos totais do programa. O Copom afirmou que monitorará os dados para ajustar as estimativas sobre o mercado de crédito e a atividade econômica. Especialistas apontam que, embora o novo modelo amplie o acesso a empréstimos, ele pode aumentar o saldo de crédito em um momento em que o BC busca esfriar a economia para controlar a inflação, que deve convergir para a meta de 3,0%.

O BC também ressaltou a importância da política fiscal, afirmando que a condução das contas públicas foi um "estímulo significativo" para a atividade econômica nos últimos anos. O Comitê enfatizou que uma política fiscal que reduza o prêmio de risco e atue de forma contracíclica é essencial para a convergência da inflação à meta.