22 de jun 2025
CLT registra queda significativa e gera preocupações no mercado de trabalho
Preferência por trabalho autônomo cresce entre brasileiros, especialmente jovens, enquanto a atratividade da CLT diminui.

Mulher segura carteira de trabalho em fila de mutirão para emprego, em São Paulo (SP) (Foto: Zanone Fraissat - 1.ago.23/Folhapress)
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O mercado de trabalho brasileiro está passando por uma transformação significativa, impulsionada pela reforma de 2017, que visava facilitar a criação de empregos formais. Uma pesquisa recente do Datafolha revela que 59% dos brasileiros preferem trabalhar por conta própria, com essa preferência crescendo entre os jovens, onde o índice chega a 68%.
Os dados mostram que a atratividade da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) diminuiu. Desde 2022, a proporção de pessoas que preferem um contrato CLT caiu de 77% para 67%. Em contrapartida, a parcela que prioriza ganhar mais, mesmo sem registro, aumentou de 21% para 31%. Mulheres (71%) e pessoas com renda até dois salários mínimos (72%) ainda preferem a segurança da carteira de trabalho.
Mudanças nas Preferências
A crescente preferência pelo trabalho autônomo pode ser atribuída ao atual vigor do mercado, que permite aos trabalhadores a percepção de que podem aumentar seus ganhos sem os encargos trabalhistas. Trabalhadores qualificados, em especial, veem a CLT como um obstáculo à remuneração desejada. Essa mudança de perspectiva é reflexo das transformações tecnológicas que oferecem novas modalidades de trabalho.
Entretanto, a transição para o trabalho autônomo não é isenta de riscos. Nos estratos de menor renda, a precarização é uma preocupação real, especialmente em períodos de crise econômica. A dependência de plataformas digitais, como aplicativos de entrega, expõe esses trabalhadores a condições instáveis, com algoritmos que podem reduzir ganhos ou desativar contas sem aviso prévio.
Desafios e Oportunidades
É crucial que o Brasil encontre um equilíbrio entre flexibilidade e proteção social. Políticas públicas que promovam qualificação e inclusão digital são essenciais para garantir que a busca por autonomia não resulte em precariedade. Além disso, é necessário aprofundar reformas que tornem mais acessível a abertura de postos formais de trabalho, garantindo um ambiente mais seguro e estável para todos os trabalhadores.
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