Grão Direto inova com barter digital para transformar grãos em moeda virtual

A Grão Direto, uma agtech brasileira, está revolucionando o modelo de barter no agronegócio ao introduzir a precificação em tempo real por meio de um aplicativo. Em 2024, a empresa movimentou 8 milhões de toneladas de grãos e captou R$ 90 milhões para expandir suas operações e oferecer novos serviços financeiros.

Tradicionalmente, o barter envolve a troca de grãos por insumos, como sementes e fertilizantes, mas enfrenta desafios como a oscilação de preços e o risco de quebra de safra. Com a nova plataforma, a Grão Direto busca tornar essas transações mais dinâmicas e transparentes. Alexandre Borges, CEO e cofundador, destacou que a solução resolve problemas de liquidez e permite que o grão se torne uma moeda para os produtores.

A digitalização do setor também atraiu empresas de fora do agronegócio. A Volkswagen, por exemplo, agora permite a troca de veículos por grãos, enquanto a Vibra Energia negociou 25.000 litros de diesel dessa forma. Além do barter, a Grão Direto está integrando serviços financeiros, como antecipação de recebíveis e um cartão de crédito vinculado a contratos de grãos.

Expansão e Inovação

A recente captação de recursos será dividida entre a expansão das operações de barter e o desenvolvimento de novos produtos financeiros. Borges mencionou que a empresa já firmou uma parceria com o CME Group para a precificação em tempo real e está investindo em inteligência artificial. O assistente virtual da Grão Direto, Ayrton, facilita a comunicação entre produtores e compradores.

Com cerca de 170 funcionários, a maioria na área de tecnologia, a Grão Direto mantém o foco no Brasil, mas não descarta a internacionalização. Borges acredita que o Brasil pode liderar a transformação global no setor, dada a adoção de soluções inovadoras pelos produtores locais. A empresa também está aberta a aquisições que possam acelerar seu crescimento e oferecer sinergias em dados e serviços financeiros.

A Grão Direto monetiza suas operações cobrando uma taxa sobre cada transação, enquanto o acesso à plataforma é gratuito para os produtores. Borges afirma que a digitalização da comercialização de grãos é inevitável e deve ocorrer nos próximos anos.