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09 de jul 2025

MEI é criticado por promover a precarização do trabalho no Brasil

Expansão do Microempreendedor Individual (MEI) agrava precarização do trabalho e fragiliza a seguridade social no Brasil.

A sede do Instituto Nacional do Seguro Social, INSS, em Brasília (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

A sede do Instituto Nacional do Seguro Social, INSS, em Brasília (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

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O Brasil enfrenta um cenário preocupante em relação ao mercado de trabalho, evidenciado pela dificuldade dos políticos em aceitar críticas construtivas sobre políticas públicas. Em vez de promover um debate saudável, muitos transformam avaliações negativas em disputas políticas. A análise recente sobre o impacto do Microempreendedor Individual (MEI) revela que a substituição de trabalhadores com carteira assinada por MEIs tem aprofundado a precarização do trabalho.

A expansão do MEI não trouxe melhorias significativas na arrecadação previdenciária. Um trabalhador com carteira gera mais de cinco vezes a arrecadação de um MEI, que, apesar de ter direito aos mesmos benefícios, não contribui de forma efetiva para a Previdência Social. Essa situação resulta em uma fragilização da seguridade social, especialmente em um país que enfrenta o envelhecimento acelerado da população. Nos próximos 30 anos, a população idosa deve dobrar, enquanto a força de trabalho encolhe.

Desconexão Previdenciária

O Brasil, ao contrário de 86 países que aumentaram suas alíquotas previdenciárias entre 1995 e 2024, reduziu a contribuição do MEI a níveis simbólicos, desconectando-se da crescente demanda por previdência e assistência social. Atualmente, cerca de 12% dos contribuintes do INSS são MEIs, mas eles representam apenas 1% da receita. Para custear o Regime Geral de Previdência em 2024, seriam necessários 1,1 bilhão de MEIs, evidenciando a insustentabilidade do modelo.

Além disso, a difusão de informações errôneas sobre o impacto dos MEIs nas contas da Previdência, como a relação com o Benefício de Prestação Continuada (BPC), agrava a situação. Os perfis dos MEIs e dos beneficiários do BPC são distintos, e a realidade mostra que a maioria dos trabalhadores por conta própria não contribui para a Previdência.

Necessidade de Planejamento

A falta de planejamento a longo prazo é uma questão crítica. Dois em cada três trabalhadores autônomos não contribuem para a Previdência, e a informalidade não apresentou redução estrutural. O discurso de empreendedorismo, em vez de promover a formalização, tem servido para mascarar a precarização do trabalho. A responsabilidade de garantir um futuro sustentável para a seguridade social não pode ser adiada, e é essencial que os políticos priorizem o planejamento em vez de focar apenas em suas reeleições.

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