10 de jul 2025
Brasil pode adotar medidas não tarifárias em resposta a tarifas dos EUA, diz Haddad
Brasil forma grupo de trabalho para revisar Lei da Reciprocidade e considerar retaliações contra tarifas americanas de 50%.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (à frente), disse que o país tem várias medidas para responder ao tarifaço de Trump, mas que espera haver solução antes de implementar alguma delas (Foto: Wilton Junior/Estadão)
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BRASÍLIA - O governo brasileiro, liderado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a formação de um grupo de trabalho para revisar a Lei da Reciprocidade em resposta às tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A medida visa explorar alternativas que possam evitar prejuízos mútuos e manter um diálogo aberto com Washington.
Haddad destacou que o grupo, que contará com a participação de empresários e representantes do governo, irá analisar um “rol enorme” de medidas, incluindo opções não-tarifárias e a possibilidade de quebra de patentes de medicamentos americanos. O ministro enfatizou que a intenção do governo é buscar soluções diplomáticas e evitar impactos inflacionários no Brasil, que poderiam resultar da aplicação de tarifas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já sinalizou que, caso as tarifas não sejam revertidas, o Brasil poderá adotar medidas retaliatórias, como a imposição de tarifas semelhantes sobre produtos americanos. Haddad classificou as tarifas como um “grande mal-entendido” e afirmou que o Brasil não deve ser tratado como um apêndice de um bloco econômico, reiterando a importância de manter relações comerciais saudáveis.
Impactos e Expectativas
O ministro também mencionou que setores como o agronegócio e a indústria, especialmente em São Paulo, podem ser severamente afetados se as tarifas forem mantidas. Ele pediu a desmobilização de grupos extremistas que, segundo ele, têm contribuído para a tensão atual entre os dois países. Haddad ressaltou que a relação entre Brasil e Estados Unidos, que já dura 200 anos, não deve ser prejudicada por interesses pessoais.
O governo brasileiro espera que, com boa vontade de ambas as partes, seja possível superar esse mal-entendido e restaurar a relação comercial. A análise das medidas será feita com cautela, considerando o impacto econômico e a necessidade de manter a estabilidade no mercado interno.



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