Embraer é a mais afetada por tarifas de 50% impostas por Trump ao Brasil

O governo dos Estados Unidos anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que entrará em vigor em 1º de agosto de 2025. A medida, divulgada pelo presidente Donald Trump, impacta diretamente empresas como a Embraer, que depende fortemente do mercado americano.

A Embraer pode enfrentar perdas de até US$ 220 milhões em seu lucro operacional em 2025, o que representa cerca de 35% do total projetado para o ano. As ações da fabricante de aeronaves caíram significativamente após o anúncio, refletindo as preocupações do mercado. A empresa já obtém 60% de sua receita dos Estados Unidos, tornando-a a mais afetada pela nova tarifa.

Analistas do Bradesco BBI destacam que a tarifa pode se somar a tributos já existentes, elevando a alíquota total para até 75% em algumas categorias. Embora parte da linha de jatos executivos da Embraer, como o Phenom, seja produzida nos EUA, a incerteza sobre a extensão das isenções para produções parciais ainda não foi esclarecida.

Impactos Financeiros

Os analistas da XP Investimentos projetam que um aumento de 10% nas tarifas pode resultar em custos adicionais de US$ 70 milhões para a Embraer, reduzindo o lucro líquido de 2026 em cerca de 13%. Além disso, a nova tarifa pode levar companhias aéreas a adiar entregas, afetando ainda mais a operação da empresa.

A Embraer também está em diálogo com autoridades para tentar reverter a alíquota e restabelecer a isenção de impostos para o setor aeronáutico. A companhia planeja discutir os impactos da nova tarifa em sua próxima conferência de resultados, agendada para 5 de agosto.

Reações do Mercado

As ações da Embraer caíram 8% após o anúncio, mas a desvalorização foi amenizada ao longo do dia. Apesar das dificuldades, alguns analistas veem a queda como uma oportunidade de compra, considerando que as companhias aéreas americanas podem pressionar para que a empresa seja excluída das tarifas.

A situação exige atenção, pois o impacto das tarifas vai além do econômico, afetando a confiança internacional no Brasil e sua posição no comércio global. A Embraer, portanto, se vê diante de um cenário complexo, onde a dependência do mercado americano pode comprometer sua rentabilidade nos próximos anos.