11 de jul 2025
Governo Lula vê tarifas de Trump como fator de aproximação com a China
Tarifa de 50% de Trump sobre produtos brasileiros gera tensão e pode afetar exportações, especialmente no agronegócio. Retaliação é considerada.

Presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o chinês, Xi Jinping (Foto: TINGSHU WANG / POOL / AFP)
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que entrará em vigor em 1º de agosto. A medida, considerada uma resposta a tensões políticas e comerciais, intensifica as dificuldades nas relações entre Brasil e EUA, especialmente após a ascensão de Luiz Inácio Lula da Silva ao poder e a crescente aproximação do Brasil com o BRICS.
A decisão de Trump foi motivada por descontentamentos com o Judiciário brasileiro e a regulamentação das plataformas digitais. O ex-presidente Jair Bolsonaro também foi mencionado, com Trump alegando que ele é alvo de uma "caça às bruxas". A tarifa, que surpreendeu o governo brasileiro, pode afetar significativamente as exportações, especialmente de aço e alumínio, que já enfrentavam tarifas anteriores.
Reação do Brasil
O governo Lula considera a nova sobretaxa uma forma de coerção e já sinalizou que poderá retaliar. Lula afirmou que o Brasil buscará negociar com os EUA, mas as conversas podem se tornar mais difíceis. A possibilidade de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) também está em pauta, embora a eficácia desse caminho seja questionada devido à inatividade do órgão.
A China criticou a decisão de Trump, com a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Mao Ning, defendendo que tarifas não devem ser usadas como ferramentas de coerção. A relação comercial entre Brasil e China se fortaleceu, com o Brasil apresentando um superávit de quase US$ 12 bilhões no primeiro semestre de 2023.
Impactos Econômicos
O impacto imediato da tarifa foi sentido no mercado financeiro, com a valorização do dólar e a queda da bolsa de valores. O agronegócio brasileiro, que depende fortemente das exportações para os EUA, pode ser um dos setores mais afetados. Produtos como soja e carne bovina estão entre os mais vulneráveis.
Analistas alertam que a aplicação de contramedidas pode ser complexa, dado o poder econômico dos EUA. A história mostra que negociações costumam ser mais eficazes do que retaliações diretas. O cenário atual reflete um momento de transição política que pode influenciar as decisões econômicas nos próximos meses.




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