13 de jul 2025
Armazenamento de energia pode atrair R$ 40 bilhões em investimentos nos próximos anos
Setor de armazenamento de energia no Brasil pode crescer R$ 44 bilhões até 2030, mas demanda por marco legal é urgente para garantir investimentos.

Armazenamento de energia Fazenda Santa Paula: irrigação de energia armazenada em sistema instalado pela Comerc (Foto: Divulgação/Comerc)
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O setor de armazenamento de energia elétrica no Brasil está em ascensão, com previsão de movimentar até R$ 44 bilhões até 2030. Essa mudança ocorre em um contexto onde a demanda por soluções energéticas sustentáveis cresce, superando desafios tecnológicos e custos que antes tornavam o armazenamento inviável. Executivos do setor e o Operador Nacional do Sistema (ONS) destacam que essa alternativa pode atender à demanda nos horários de pico, com custos inferiores aos de fontes renováveis.
A consultoria Greener estima que os negócios na área devem alcançar R$ 22,5 bilhões, mas a Associação Brasileira de Soluções em Armazenamento de Energia (Absae) acredita que o valor pode dobrar se um marco legal for estabelecido, garantindo segurança regulatória. Marcio Takata, CEO da Greener, afirma que o armazenamento é essencial para a transição energética, permitindo a integração de fontes renováveis à matriz elétrica e evitando desperdícios.
O ONS, em seu planejamento até 2029, alerta para o risco de não atender à demanda, especialmente nos horários de pico. Entre as alternativas propostas estão usinas térmicas, que são mais caras e poluentes, e leilões de energia de reserva. Marcio Rea, diretor-geral do ONS, enfatiza a necessidade de flexibilidade no sistema, com fontes de energia controláveis.
O crescimento do armazenamento de energia é impulsionado pela demanda de indústrias, comércios e até fazendeiros, que buscam soluções sustentáveis e econômicas. Em 2024, a venda de componentes para sistemas de armazenamento deve crescer 89% em relação a 2023, com a capacidade de armazenamento no Brasil atingindo 1GW. No entanto, o potencial é muito maior, comparado aos 74GW da China.
A queda de 90% nos preços dos equipamentos na última década facilitou a adoção de sistemas de armazenamento. Empresas como a Comerc Energia e a Moura estão na vanguarda, desenvolvendo projetos que vão desde grandes indústrias até comunidades remotas. A Moura, por exemplo, lançou o primeiro sistema nacional de armazenamento em 2019 e já instalou 20 sistemas pelo país.
Para que o setor deslanche, especialistas pedem ao governo regras claras e a realização de leilões de capacidade e armazenamento. Um leilão de capacidade foi cancelado, mas um novo está previsto para o fim do ano. A Absae e outras entidades alertam sobre a urgência de um marco regulatório que beneficie o setor e evite o desperdício de energia limpa.
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