14 de jul 2025
Atração por ações de empresas do RJ cresce na Bolsa; saiba o que observar
Empresas brasileiras enfrentam recuperação judicial em meio à alta inadimplência, com Oi, Azul e Gol buscando soluções financeiras.

Foto: Reprodução
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Em um cenário de crescimento da inadimplência no Brasil, empresas de diversos portes estão buscando recuperação judicial para reestruturar suas dívidas. Recentemente, a Oi (OIBR3) solicitou a migração para o Chapter 11 nos Estados Unidos, enquanto a Azul (AZUL4) teve seu plano de reestruturação aprovado. A Gol (GOLL54), que já havia concluído sua recuperação judicial, gerou confusão no mercado com a emissão de ações em lotes de mil, levando a distorções temporárias em seu valor de mercado.
As empresas em recuperação judicial continuam listadas na B3, embora sejam excluídas de índices como o Ibovespa. Investidores podem ver essas ações como oportunidades especulativas, mas devem estar cientes dos riscos. Welliam Wang, gestor da AZ Quest, destaca que, nos primeiros estágios, o valor das ações pode ser zero ou negativo, com a prioridade sendo dos credores. Fernando Patrian, advogado da Mandaliti, ressalta que a aprovação do plano de recuperação depende dos credores, que têm interesses diversos.
Oportunidades e Riscos
A emissão massiva de ações durante a recuperação pode gerar distorções contábeis. No caso da Gol, a venda de papéis preferenciais a R$ 0,01 levou a uma percepção inflacionada do valor da companhia. Em contraste, a Americanas, que entrou em recuperação judicial em janeiro de 2023, viu suas ações despencarem mais de 90%. Wang observa que esse tipo de situação pode incentivar especulação, especialmente em ações que se tornam penny stocks.
Apesar dos desafios, existem oportunidades para investidores. Meisson Eckardt, da Safegold, aponta que empresas em recuperação podem ter ativos valiosos, como equipamentos e bases de clientes. A venda de ativos em leilões pode ser uma alternativa viável. A Oi, por exemplo, já utilizou essa estratégia para levantar recursos e reduzir sua dívida.
Financiamento e Recuperação
Outro aspecto importante é o DIP Financing, que permite que investidores injetem recursos durante a recuperação, garantindo prioridade no recebimento. Americanas já obteve financiamentos desse tipo, totalizando R$ 14 bilhões, combinando capitalização e empréstimos conversíveis.
Patrian alerta que, apesar dos avanços na legislação brasileira sobre recuperação judicial, a segurança jurídica ainda é uma preocupação. A utilização do Chapter 11 por empresas brasileiras se deve à maior agilidade e segurança na negociação com credores, mas requer reconhecimento pela Justiça brasileira para ter efeito.
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