Empresas europeias investem em defesa com aumento de gastos em segurança da UE

A indústria de defesa na Europa está passando por um crescimento significativo, impulsionado por aumentos nos orçamentos de defesa de países da União Europeia e da OTAN. Em 2023, o setor viu suas empresas listadas em bolsa valorizarem-se substancialmente, com o índice Stoxx Aerospace and Defense subindo mais de 50% desde o início do ano. Este movimento é parte de uma estratégia mais ampla da Comissão Europeia, que propôs um orçamento de 2 trilhões de euros para aumentar os investimentos em segurança.

Empresas de diversos setores estão se adaptando para atender à demanda crescente por soluções de defesa. A Orange, gigante das telecomunicações, lançou uma nova divisão dedicada à defesa e segurança, liderada por Nassima Auvray, que tem experiência no Ministério da Defesa francês. Auvray destacou que a divisão reunirá especialistas em tecnologias como inteligência artificial e cibersegurança, visando aproveitar o aumento dos orçamentos de defesa.

A Einride, desenvolvedora sueca de veículos autônomos, também está se voltando para o setor de defesa. A empresa lançou um software que ajuda motoristas a mitigar riscos em ambientes perigosos, com contratos em andamento no setor militar. A Einride acredita que suas capacidades autônomas podem contribuir significativamente para as necessidades de defesa.

Outra empresa em expansão é a Fincantieri, construtora de navios de guerra, que recentemente ganhou um contrato de 700 milhões de euros para construir dois navios de combate para a Marinha Italiana. O CEO Pierroberto Folgiero afirmou que a demanda por soluções de defesa está crescendo e que a empresa está se preparando para atender a essa necessidade.

Além das empresas, investidores institucionais estão aumentando seus aportes no setor. O CEO do Deutsche Bank, Christian Sewing, anunciou que a instituição está ampliando sua alocação em defesa, enquanto o fundo de investimento estatal de Cingapura, Temasek, também está buscando oportunidades na área. A expectativa é que os gastos com defesa na Europa continuem a crescer, refletindo uma nova era de rearmamento no continente.