17 de jul 2025
Expectativa de dividendos cresce com calendário de proventos do 2º semestre
Proventos na B3 caem 13% no segundo semestre de 2024, desafiando a tendência histórica e gerando incertezas sobre pagamentos futuros.

Foto: Freepik
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As empresas listadas na B3 tradicionalmente aumentam os pagamentos de dividendos e juros sobre capital próprio no segundo semestre. Contudo, em 2024, essa tendência foi invertida, com uma redução de 13% nos proventos distribuídos no segundo semestre em comparação ao primeiro. Historicamente, os proventos do segundo semestre são, em média, 33% maiores que os do primeiro, conforme dados da plataforma Meu Dividendo.
Entre 2020 e 2024, o ano de 2021 registrou a maior diferença, com R$ 217,5 bilhões pagos no segundo semestre, quase o dobro dos R$ 109,7 bilhões do primeiro. Em 2022, as distribuições também foram robustas, totalizando R$ 243,2 bilhões no segundo semestre, um aumento de 61,76% em relação aos R$ 150,3 bilhões do primeiro.
Fatores que Influenciam os Pagamentos
Segundo Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, a liberação de proventos no segundo semestre está ligada à consolidação dos resultados do primeiro semestre e à aprovação de dividendos extraordinários. Além disso, setores como energia e bancos apresentam sazonalidade, com receitas mais previsíveis no início do ano e maior liberação de caixa no segundo semestre.
Entretanto, a situação econômica atual, incluindo incertezas e a reforma tributária, pode impactar os pagamentos futuros. Em 2024, a distribuição de proventos foi uma exceção ao padrão histórico, levantando preocupações sobre a sustentabilidade dos pagamentos.
Destaques no Pagamento de Proventos
Quatro empresas se destacaram como as maiores pagadoras de dividendos no segundo semestre entre 2020 e 2024, pertencendo aos setores de petróleo, gás, financeiro e energia. Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio, ressalta que essas áreas têm características favoráveis, como geração robusta de caixa e baixa necessidade de reinvestimento.
Para investidores, é crucial analisar indicadores como dividend yield, que mostra a taxa de retorno com proventos, e payout, que indica o percentual do lucro distribuído. João Daronco, analista da Suno Research, alerta que um aumento no endividamento pode comprometer a sustentabilidade dos proventos.
Expectativas para 2025
No primeiro semestre de 2024, as empresas da B3 distribuíram R$ 176 bilhões em proventos, o maior valor desde 2020. Wendell Finotti, CEO da Meu Dividendo, destaca que as incertezas geopolíticas e econômicas podem afetar a continuidade desse desempenho. A Selic elevada pode desestimular investimentos, resultando em um represamento de caixa que impacta o crescimento futuro das empresas. A expectativa é de que as mudanças trazidas pela reforma tributária, que começam a surtir efeito em 2026, também influenciem os pagamentos ao longo do ano.
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