UE se prepara para acordo tarifário em meio a tensões com os EUA

Os Estados Unidos intensificaram sua estratégia comercial ao anunciar a imposição de tarifas de 30% sobre produtos da União Europeia a partir de agosto. A medida visa pressionar o bloco a aceitar um acordo comercial antes do prazo estabelecido pelo presidente Donald Trump, que se aproxima rapidamente.

Enquanto isso, a União Europeia continua a negociar com representantes dos EUA, buscando alternativas para evitar a aplicação das tarifas. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que a UE está "muito ansiosa" para chegar a um entendimento, explorando maneiras de reduzir tarifas e barreiras comerciais que, segundo os EUA, prejudicam seus trabalhadores e empresas.

Estratégias da UE

O governo polonês, representado pelo subsecretário de Estado Michal Baranowski, destacou que a primeira parte da estratégia da UE é negociar de boa-fé. Caso não haja acordo, o bloco já está preparando contramedidas, incluindo tarifas recíprocas sobre aço e alumínio, além de um pacote de 72 bilhões de euros em tarifas adicionais. Baranowski enfatizou que a relação comercial entre os EUA e a UE é crucial, com ambos os lados tendo muito a ganhar ou perder.

Recentemente, o negociador-chefe de comércio da UE, Maros Sefcovic, esteve em Washington para discutir os termos do acordo. A expectativa é que a imposição de novas tarifas represente um golpe significativo para a economia europeia, que já enfrenta desafios devido às tarifas anteriores impostas por Trump.

Proposta de Concessões

Como parte das negociações, a União Europeia está considerando oferecer reduções tarifárias em veículos, eliminando a tarifa de 10% sobre carros importados dos EUA, caso Washington reduza suas tarifas sobre veículos para menos de 20%. Essa proposta surge em um contexto onde a indústria automotiva europeia, como a Volvo, já reportou quedas significativas em lucros devido às tarifas existentes.

A relação comercial entre os EUA e a UE é a maior do mundo, representando quase 30% do comércio global em bens e serviços. Em 2022, o comércio entre os dois blocos alcançou 1,68 trilhões de euros, evidenciando a importância dessa parceria econômica.