21 de jul 2025
Morgan reavalia CSN e Usiminas em meio a desafios no setor de aço
Morgan Stanley rebaixa CSN e Usiminas, enquanto mantém Gerdau em overweight; setor de aço enfrenta pressão das importações e desafios financeiros.

Foto: Reprodução
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Em um cenário desafiador para a indústria do aço no Brasil, o Morgan Stanley rebaixou suas recomendações para as ações da CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5). A CSN passou de equalweight para underweight, enquanto a Usiminas foi rebaixada de overweight para equalweight. O preço-alvo da CSN foi reduzido de R$ 9,10 para R$ 7,70, e o da Usiminas de R$ 8,20 para R$ 6,70.
O banco justificou o rebaixamento da CSN devido a um perfil risco-retorno desfavorável, alta alavancagem e fluxo de caixa livre negativo até 2028, sem perspectivas de pagamento de dividendos. A ação da CSN negocia a 6,8 vezes o Valor da Firma (EV)/EBITDA estimado para 2026, acima da média histórica de 4,5 vezes. Para a Usiminas, apesar de um risco-retorno aparentemente atrativo, o Morgan Stanley não vê gatilhos de valorização no curto prazo, com pressão nos preços limitando a rentabilidade.
Situação da Gerdau
Por outro lado, a Gerdau (GGBR4) teve sua recomendação mantida em overweight, com o preço-alvo elevado de R$ 21 para R$ 22. O banco acredita que a Gerdau está melhor posicionada, com ganhos nos Estados Unidos ajudando a mitigar riscos no Brasil. A empresa é menos exposta à concorrência de produtos importados, atuando majoritariamente no segmento de aço longo, que tem uma penetração de importações mais controlada.
Desafios e Oportunidades
O Morgan Stanley também destacou que as importações de aço devem continuar elevadas, com um novo sistema de cotas tarifárias ineficaz contra produtos de zonas de livre comércio. As importações da China, por exemplo, atingiram 444 mil toneladas em maio de 2025, um aumento de 6% em relação ao ano anterior. O banco prevê uma queda de 0,3% a 2% nos preços realizados no segundo trimestre para CSN, Gerdau e Usiminas, além de uma retração média de 1,1% no segundo semestre.
O relatório menciona ainda 13 investigações antidumping em andamento, cobrindo cerca de 56% das importações de aço dos últimos 12 meses. Embora algumas decisões preliminares sejam favoráveis aos produtores nacionais, apenas uma resultou em medida provisória, indicando uma baixa prioridade do governo em adotar medidas de proteção comercial mais rigorosas. Uma mudança na postura governamental ou decisões favoráveis nas investigações poderiam melhorar o ambiente competitivo para as siderúrgicas locais.
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