21 de jul 2025
População de países pobres demonstra maior generosidade que a de nações ricas
Cidadãos de países com menor renda doam mais proporcionalmente que os ricos, com a Nigéria liderando em generosidade.

Voluntários distribuem cestas básicas para famílias em Joanesburgo, na África do Sul (Foto: Marco Longari/AFP)
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A generosidade da população em países de menor renda supera a de nações mais ricas, segundo o World Giving Report 2025, divulgado nesta segunda-feira (21) pela Charities Aid Foundation. A pesquisa, que abrangeu 50 mil pessoas em 101 países, revela que 64% dos entrevistados fizeram doações em dinheiro em 2024, seja para indivíduos em situação de vulnerabilidade (38%) ou para organizações sociais (36%).
O relatório, que pela primeira vez analisou as doações em relação à renda individual, mostra que, em média, cidadãos de países mais pobres doam 1,45% de sua renda, enquanto os de nações ricas contribuem com apenas 0,7%. Na África, esse percentual é ainda maior, alcançando 1,54%, em contraste com apenas 0,64% na Europa. A Nigéria se destaca como o país mais generoso, com doações que representam 2,83% da renda pessoal.
Brasil em Destaque
O Brasil ocupa a 48ª posição no ranking global, com 0,93% da renda destinada a causas sociais, superando a média sul-americana de 0,73%. Os brasileiros tendem a priorizar doações para organizações locais e nacionais, conforme aponta Paula Fabiani, CEO do Idis. Ela destaca que o resultado surpreendeu, especialmente considerando que países com incentivos fiscais à filantropia, como os EUA, estão mal posicionados.
A pesquisa também revela que a confiança nas organizações sociais no Brasil é ligeiramente superior à média global. Além disso, os africanos se destacam pelo tempo dedicado ao voluntariado, com uma média de 14 horas e 30 minutos por pessoa, em comparação com 6 horas e 30 minutos na Europa.
Motivação para Doar
As principais motivações para as doações incluem o desejo de fazer a diferença (65%) e o cuidado com a causa. Para aqueles que não doaram, a incapacidade financeira foi a razão mais citada (40%). O levantamento indica que, em países onde os governos incentivam a filantropia, a população doa 1,7 vezes mais e demonstra maior confiança nas organizações sociais.
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