Brasil se torna quarto maior instalador de energia renovável com menor custo global

O Brasil se consolidou como quarto maior mercado global em instalação de energia renovável em 2024, segundo relatório da Irena (Agência Internacional para as Energias Renováveis) divulgado em 22 de outubro. O país, atrás apenas da China, Estados Unidos e União Europeia, destaca-se pela competitividade em custos, especialmente em energia eólica e solar.

Os preços da energia eólica onshore no Brasil estão em US$ 30/MWh (R$ 168/MWh), enquanto a solar fotovoltaica é comercializada a US$ 48/MWh (R$ 268/MWh). O relatório revela que 91% dos novos projetos renováveis em 2024 foram mais econômicos do que as alternativas fósseis, com a energia solar sendo 41% mais barata que a opção fóssil mais acessível e a energia eólica onshore 53% mais barata.

Avanços e Desafios

Embora as hidrelétricas ainda representem mais de 50% da matriz energética brasileira, o crescimento das fontes solares e eólicas indica uma diversificação significativa. A Irena destaca que a flexibilidade da rede elétrica e os sistemas de armazenamento, como baterias, são essenciais para sustentar essa expansão. A agência também aponta que estruturas regulatórias claras e ambientes de investimento previsíveis são fundamentais para atrair capital internacional.

A economia gerada ao evitar combustíveis fósseis chegou a US$ 467 bilhões em 2024, um indicativo do potencial econômico das energias renováveis. No entanto, o diretor-geral da Irena, Francesco La Camera, alerta que tensões geopolíticas, como tarifas comerciais e restrições no fornecimento de materiais, podem impactar negativamente o setor.

O Futuro das Renováveis

O relatório sugere que o Brasil deve continuar a se beneficiar de inovações tecnológicas e de um ambiente favorável para investimentos. A energia eólica, com potencial para expansão em alto mar, é vista como um fator estratégico para a segurança energética do país, especialmente em um cenário de mudanças climáticas que afetam a disponibilidade de água para as hidrelétricas.

A Irena também menciona que, apesar dos avanços, desafios como atrasos no licenciamento e gargalos de conexão à rede podem limitar a implantação de novas usinas. O futuro das energias renováveis no Brasil dependerá da capacidade de superar esses obstáculos e de continuar a atrair investimentos para um setor em rápida evolução.