24 de jul 2025
Aço nos EUA tem alta acentuada e siderúrgicas responsabilizam tarifas de Trump
Aumento das tarifas de aço para 50% gera demissões na Daimler e pressiona fabricantes em meio a altas de preços no setor.

Trump amplia tarifas sobre aço e preço do produto dispara nos EUA (Foto: Oliver Bunic/Bloomberg/Getty Images)
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As tarifas sobre importações de aço nos Estados Unidos foram elevadas de 25% para 50% após o retorno de Donald Trump à presidência. Essa mudança impactou diretamente o setor, levando siderúrgicas como Cleveland-Cliffs e Steel Dynamics a aumentarem os preços do aço, que já subiram 16% em 2023.
No segundo trimestre, a Steel Dynamics vendeu aço a um preço médio de US$ 1.134 por tonelada, enquanto a Cleveland-Cliffs comercializou a US$ 1.015 por tonelada. O aumento nos preços tem pressionado fabricantes de veículos e equipamentos, como a Daimler Truck North America, que anunciou demissões de cerca de 2 mil trabalhadores em suas unidades na América do Norte. O presidente-executivo da Daimler, John O'Leary, destacou que a empresa tentou repassar os custos ao consumidor, mas encontrou resistência no mercado.
As tarifas, inicialmente impostas em 2018 sob a justificativa de segurança nacional, foram ampliadas para incluir produtos como fios e tubos. O governo dos EUA argumenta que essas medidas são essenciais para garantir o fornecimento à indústria de defesa, embora as necessidades militares representem apenas 3% da produção nacional de aço.
Lourenço Gonçalves, presidente da Cleveland-Cliffs, defendeu que as tarifas têm sustentado a indústria siderúrgica interna, criticando concorrentes estrangeiros que recebem subsídios e pagam salários mais baixos. As importações de aço caíram 6,2% até maio, com Canadá, Brasil, Coreia do Sul e México sendo os principais exportadores para os EUA.
Além disso, a Nippon Steel, do Japão, aceitou ceder participação acionária ao governo dos EUA ao adquirir a US Steel, em um movimento que pode alterar o cenário do setor. O executivo da Cleveland-Cliffs sugeriu que o ferro-gusa, matéria-prima essencial, também deveria ser incluído na lista tarifária, o que poderia impactar ainda mais o mercado.
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