Pesquisador revela benefícios surpreendentes da jornada de trabalho de quatro dias

Juliet Schor, economista e professora de sociologia, revisita a discussão sobre a semana de trabalho de quatro dias em seu novo livro, "Four Days a Week". Após a pandemia de Covid-19, 245 organizações em diversos países, incluindo Estados Unidos e Reino Unido, testaram essa abordagem, resultando em aumento da produtividade e melhora na saúde mental dos funcionários.

Os experimentos, que adotaram um modelo de 32 horas semanais sem redução salarial, mostraram que os trabalhadores relataram um equilíbrio melhor entre vida pessoal e profissional, além de menos estresse e burnout. Mais de 8.700 empregados participaram das iniciativas, que também resultaram em crescimento dos lucros e redução do turnover nas empresas.

Schor destaca que a produtividade não apenas se manteve, mas aumentou, com os funcionários se sentindo mais motivados e menos sobrecarregados. A taxa de pessoas que mantêm empregos secundários caiu, pois muitos utilizam o tempo livre para cuidar de si mesmos. Apesar dos benefícios, a adoção da jornada reduzida enfrenta resistência, principalmente pela necessidade de controle das empresas e pela percepção de risco associada a mudanças radicais.

A economista também aborda a relação entre a inteligência artificial (IA) e a carga horária. Com o avanço da tecnologia, há um dilema: reduzir horas de trabalho ou demitir funcionários. Schor sugere que a produtividade gerada pela IA pode ser utilizada para proporcionar mais tempo livre aos trabalhadores, mantendo a renda estável.

Embora o cenário atual do mercado de trabalho seja misto, com dificuldades em algumas áreas e escassez de mão de obra em outras, a pressão por um modelo de trabalho mais flexível continua a crescer. Schor acredita que a normalização da semana de quatro dias pode ser um caminho viável, especialmente em um contexto onde o estresse e o burnout permanecem elevados.