Brasil se destaca no nearshoring e transforma sua posição na produção global
Estudo aponta que Brasil se torna destino estratégico para nearshoring, com 69% das cadeias de suprimentos se concentrando nas Américas.

Nearshoring descreve o movimento de empresas que transferem suas cadeias de suprimentos para países mais próximos do mercado consumidor final (Foto: Pilar Olivares/Reuters)
Ouvir a notícia:
Brasil se destaca no nearshoring e transforma sua posição na produção global
Ouvir a notícia
Brasil se destaca no nearshoring e transforma sua posição na produção global - Brasil se destaca no nearshoring e transforma sua posição na produção global
A pandemia de Covid-19 e as tensões comerciais globais têm impulsionado a realocação de cadeias de suprimentos, com foco em eficiência e redução de riscos. Um estudo da KPMG de 2024 revela que 69% das cadeias de suprimentos para o mercado norte-americano devem se basear nas Américas, destacando o Brasil como um destino estratégico para nearshoring.
O nearshoring, que envolve a transferência de cadeias de suprimentos para países mais próximos do consumidor final, tem se tornado uma estratégia vital para empresas que buscam aumentar a competitividade. O levantamento da KPMG, realizado com 250 executivos dos EUA, aponta que a mudança de 59% para 69% na localização das cadeias de suprimentos reflete a busca por redução de prazos logísticos e acesso a mercados amplos.
O Brasil se destaca entre os cinco principais destinos para empresas norte-americanas que buscam parcerias na área de tecnologia. A proximidade geográfica e fusos horários semelhantes favorecem o país como alternativa de outsourcing, especialmente em setores como inteligência artificial e ciência de dados. A fluidez na comunicação e a compatibilidade cultural contribuem para entregas mais ágeis.
Desafios da América Latina
Apesar das vantagens, a América Latina enfrenta desafios significativos. A instabilidade política, a burocracia excessiva e a volatilidade cambial podem comprometer as vantagens do nearshoring. Especialistas alertam que, para o Brasil se tornar mais competitivo, é necessário melhorar o ambiente regulatório, modernizar a infraestrutura e desenvolver políticas públicas que incentivem a integração produtiva regional.
Além disso, a região possui recursos energéticos e minerais essenciais para a produção de tecnologias avançadas, como baterias e semicondutores. Países como Chile, Argentina, Peru e Colômbia também oferecem acordos comerciais com os EUA, mas a necessidade de um ambiente de negócios mais previsível é crucial para aproveitar as oportunidades do nearshoring.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.