Empresas enfrentam limites para absorver aumento de tarifas e inflação se aproxima

Os Estados Unidos impuseram tarifas elevadas sobre importações, levando a uma expectativa de que as empresas americanas repassariam esses custos aos consumidores. Contudo, até o momento, as empresas têm absorvido os aumentos, o que pode mudar em breve.

Economistas alertam que, apesar da atual estabilidade nos preços, as tarifas podem resultar em aumentos significativos nos preços ao consumidor. Setores como alimentos e eletrodomésticos já apresentam impactos visíveis. O estrategista do Deutsche Bank, George Saravelos, destacou que os consumidores americanos estão arcando com cerca de 90% das tarifas sobre bens de consumo, enquanto as empresas importadoras cobrem 60% e os exportadores estrangeiros absorvem apenas uma fração.

A análise da economista Nancy Lazar, da Piper Sandler, indica que o índice de preços ao consumidor (CPI) deve subir a uma taxa anual de 3,2% no terceiro trimestre, um aumento em relação aos 2,1% do segundo trimestre. Isso pode resultar em um cenário de "estagflação", com preços mais altos e crescimento limitado.

Além disso, empresas como a Baker Hughes e a Conagra Brands já relataram perdas significativas devido às tarifas. A primeira mencionou um impacto de 15 milhões de dólares em seus ganhos, enquanto a segunda prevê um aumento de 3% nos custos de bens vendidos, totalizando mais de 200 milhões de dólares anualmente.

O aumento nos preços de eletrodomésticos também é notável, com consumidores americanos pagando 3,6% a mais em comparação a março, enquanto consumidores em outras regiões, como Europa e Canadá, pagam menos. As empresas estão se preparando para repassar esses custos, e a pressão sobre os preços deve se intensificar nos próximos meses.