Brasil deve iniciar negociações com Trump sobre tarifas e comércio internacional

O Brasil se prepara para enfrentar a aplicação de tarifas de 50% pelos Estados Unidos, com a data de início marcada para 1º de agosto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta negociar, mas a falta de diálogo direto com a Casa Branca desde sua posse levanta preocupações sobre a eficácia dessas tentativas.

Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil nos EUA, critica a ausência de comunicação direta entre os governos. Ele sugere que o vice-presidente Geraldo Alckmin deve interceder para evitar a imposição das tarifas. Barbosa destaca que, enquanto outros países, como Vietnã e Japão, conseguiram acordos com os EUA, o Brasil não estabeleceu um canal de diálogo com Trump.

O ex-embaixador ressalta que, apesar de conversas entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e autoridades americanas, "não adianta nada esse tipo de conversa se não houver contato direto com a Casa Branca." A carta enviada por Trump em junho indicava a disposição para negociação, mas até agora, o governo brasileiro não respondeu adequadamente.

A situação é complicada pela postura de Lula, que, ao criticar Trump, pode estar buscando apoio interno, mas isso pode prejudicar as exportações brasileiras. O presidente afirmou que está disposto a dialogar, mas a falta de um embaixador americano no Brasil e a ausência de um interlocutor dificultam as negociações.

Barbosa acredita que a aplicação das tarifas terá um impacto significativo no setor privado brasileiro, especialmente na indústria e no agronegócio. Ele enfatiza que, sem um contato formal com a Casa Branca, as chances de evitar as tarifas são mínimas. A pressão aumenta, e o tempo está se esgotando para o Brasil encontrar uma solução antes da data limite.