Embraer discute oportunidades de negociação com governo dos EUA após encontros

A Embraer enfrenta um desafio crítico com a proposta de uma tarifa de 50% sobre suas aeronaves nos Estados Unidos, seu principal mercado. O CEO da empresa, Francisco Gomes Neto, se reuniu recentemente com autoridades americanas, incluindo os secretários do Comércio, Tesouro e Transportes, buscando apoio para evitar a implementação da medida.

Gomes Neto destacou que 2,5 mil dos 3 mil postos da Embraer no exterior estão localizados nos EUA, o que representa um impacto significativo na economia local. Ele também recebeu apoio de grandes empresas, como American Airlines e General Electric, que reconhecem os riscos da tarifa. O CEO brincou sobre sua nova função como "Chief Tariff Officer", refletindo a seriedade da situação.

Investimentos e Perspectivas

A Embraer planeja investir US$ 500 milhões nos EUA nos próximos cinco anos. Caso consiga vender o cargueiro militar KC-390, esse investimento pode dobrar, criando até dois mil novos empregos. Atualmente, a empresa gera 12,5 mil empregos diretos e indiretos no país.

A proposta de tarifa pode resultar em um custo adicional de R$ 50 milhões por aeronave, o que pode levar a cancelamentos de pedidos e adiamentos de entregas. Gomes Neto expressou preocupação com a aceitação das companhias aéreas a um aumento tão significativo nos preços, lembrando os efeitos negativos que tarifas anteriores tiveram na indústria.

Diálogo e Negociações

A Embraer mantém um diálogo ativo com as autoridades americanas, buscando uma solução que evite a implementação da tarifa. A situação continua a evoluir, com a fabricante brasileira aguardando desdobramentos sobre a proposta e suas possíveis consequências para o setor. A expectativa é que, apesar dos desafios, a empresa possa ter um desempenho positivo em 2023.