Irlanda expressa descontentamento com novo acordo da UE e EUA, afirma ministro

Um novo acordo comercial entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos foi anunciado, estabelecendo uma tarifa de 15% sobre produtos da UE. A medida reduz a ameaça de uma tarifa de 30% que o governo Trump havia proposto, trazendo uma certa estabilidade às relações comerciais. O anúncio foi feito pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no último domingo.

O ministro de Estado irlandês, Neale Richmond, comentou que a Irlanda "não está exatamente celebrando" o acordo, mas reconheceu que ele oferece a certeza que faltava nos últimos meses. A Irlanda é um dos países da UE que mais depende do mercado americano, com exportações que totalizaram £60,4 bilhões (cerca de US$ 81,1 bilhões) em 2024. Richmond destacou que, embora o acordo não seja ideal, é uma opção menos prejudicial do que a tarifa de 30%.

Impactos e Expectativas

Richmond também mencionou que a UE é uma negociadora difícil e que este acordo é diferente de qualquer outro que ele tenha vivenciado em seus 15 anos de experiência em negociações comerciais. Ele enfatizou que a prioridade é evitar uma guerra tarifária, que seria prejudicial para os negócios. O acordo também prevê que a UE abrirá seus mercados para exportadores dos EUA com tarifas zeradas em certos produtos.

O primeiro-ministro irlandês, Micheál Martin, considerou a notícia "muito bem-vinda", mas alertou que as tarifas ainda são mais altas do que antes, tornando o comércio "mais caro e desafiador". Martin acredita que o acordo trará uma nova era de estabilidade e ajudará a proteger muitos empregos na Irlanda.

Próximos Passos

A Comissão Europeia tem o mandato de negociar acordos comerciais para todo o bloco, mas as propostas ainda precisam da aprovação dos Estados membros. Os embaixadores da UE se reunirão para discutir os detalhes do acordo e suas implicações futuras. Von der Leyen descreveu o acordo como um "quadro" que será aprofundado nas próximas semanas, especialmente em setores como o farmacêutico, onde há potencial para isenções tarifárias em certos medicamentos.