28 de jul 2025
Turbulência nas tarifas de Trump impulsiona setor de transporte marítimo
Tarifas de transporte marítimo caem, e setor enfrenta supercapacidade e lucros reduzidos até 2026, gerando instabilidade iminente.

O ano de 2024 foi o terceiro ano mais lucrativo do setor de transporte de contêineres, com US$ 78 bilhões (Foto: Reprodução)
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O setor de transporte marítimo enfrenta um novo ciclo de incertezas, com tarifas em queda e previsões de lucros reduzidos até 2026. Após os desafios impostos pela pandemia e conflitos que afetaram rotas comerciais, como o Canal de Suez, a indústria se prepara para uma nova tempestade.
As tarifas de transporte marítimo, que já foram recordes durante a pandemia, estão em declínio. Vincent Clerc, CEO da Maersk, revisou suas previsões de crescimento do tráfego global de contêineres, inicialmente estimado em 4%, para uma possível queda de até 1%. Essa mudança reflete a instabilidade causada pelas políticas tarifárias de Donald Trump, que impõem taxas elevadas a navios chineses, afetando diretamente o comércio.
Os lucros do setor, que saltaram de US$ 6,5 bilhões em 2019 para US$ 520 bilhões em 2021-22, estão agora sob pressão. Embora o primeiro semestre de 2025 tenha mostrado um aumento de 3,8% nas importações para os Estados Unidos em relação ao ano anterior, a expectativa é de que o segundo semestre traga desafios maiores, com tarifas em queda e uma demanda que pode desacelerar.
Desafios Futuros
A supercapacidade é uma preocupação crescente. A frota global de transporte marítimo está prestes a aumentar, com novos navios sendo entregues em um momento em que a demanda deve crescer apenas 2% ao ano entre 2025 e 2027. O banco HSBC alerta que, se o Mar Vermelho reabrir, a capacidade da frota pode crescer 7,5% ao ano, levando a uma queda acentuada nas tarifas de frete.
As políticas tarifárias de Trump, que visam proteger a indústria naval americana, podem resultar em instabilidade no setor. Niels Rasmussen, da Bimco, destaca que isso pode elevar as tarifas, mas não evitará a crise iminente. A Maersk, por exemplo, já declarou que não pagará taxas portuárias, mesmo com uma parte significativa de sua frota sendo de origem chinesa.
O cenário atual sugere que, a menos que novas políticas sejam implementadas para apoiar o setor, a indústria de transporte marítimo pode enfrentar margens de lucro mínimas, semelhantes às que quase levaram à falência antes da pandemia.
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