29 de jul 2025
Crédito em queda e inadimplência alta preocupam instituições financeiras no Brasil
Aumento da inadimplência e queda nas concessões de crédito pressionam ações dos principais bancos brasileiros, refletindo a deterioração do setor.

Foto: Reprodução
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Os principais bancos brasileiros enfrentaram um dia de queda nas ações na última segunda-feira (28), com o cenário de inadimplência em alta e concessões de crédito em queda. Dados do Banco Central revelaram que a inadimplência atingiu o maior nível desde 2018, enquanto o crédito total cresceu apenas 10,7% em relação ao ano anterior, uma desaceleração em comparação a meses anteriores.
As ações do Itaú (ITUB4) caíram 2,1%, Bradesco (BBDC4) recuou 0,77%, Banco do Brasil (BBAS3) perdeu 1,48% e Santander Brasil (SANB11) desvalorizou-se 0,38%. O relatório do Banco Central indicou que os empréstimos corporativos desaceleraram para 8,8% e os individuais para 11,9% em relação ao ano anterior, com os spreads permanecendo estáveis em 20,4%.
Deterioração da Qualidade dos Ativos
O Bradesco BBI destacou que os dados de junho mostraram uma deterioração contínua na qualidade dos ativos, especialmente entre pessoas físicas. Os empréstimos pessoais e cartões de crédito apresentaram aumentos significativos na inadimplência, com 0,80 pp e 0,70 pp, respectivamente. A inadimplência no crédito rural, que permanece em 2,9%, também é uma preocupação crescente, afetando diretamente o Banco do Brasil, que possui uma exposição significativa ao setor.
A Genial Investimentos observou que a inadimplência no crédito rural subiu pelo quarto mês consecutivo, o que representa um desafio adicional para as instituições financeiras. O Goldman Sachs prevê que as condições de crédito continuarão a enfrentar obstáculos devido a um ambiente monetário restritivo e à moderação no crescimento econômico.
Expectativas Futuras
O Itaú BBA, após reuniões com investidores internacionais, notou um entusiasmo reduzido em relação ao setor financeiro brasileiro, com muitos investidores optando por consolidar lucros ou aguardar novos desdobramentos. A expectativa é que, apesar das dificuldades, o ativismo dos bancos públicos e novas linhas de crédito possam ajudar a sustentar o ciclo de crédito nos próximos meses.
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