29 de jul 2025
Setor de carne do Brasil pode perder US$ 1 bilhão com tarifas de Trump
Tarifa de 50% nos EUA pode reduzir exportações brasileiras de carne bovina em até US$ 1 bilhão, complicando o setor em 2025.

Roberto Perosa, presidente da Abiec, durante entrevista no programa Agro em Pauta (Foto: Gunter Werk)
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O setor de carne bovina do Brasil enfrenta um cenário crítico, com a possibilidade de perdas de até US$ 1 bilhão em 2025 devido a uma tarifa de 50% proposta pelos Estados Unidos. A informação foi divulgada por Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). O Brasil, que esperava exportar 400 mil toneladas para o mercado americano, pode ver esse número drasticamente reduzido.
No primeiro semestre de 2025, o Brasil já havia exportado 181,5 mil toneladas de carne bovina para os EUA, um aumento de 113% em relação ao mesmo período do ano anterior. A receita gerada alcançou US$ 1 bilhão, refletindo um crescimento de 102%. Perosa destacou que a nova tarifa, se implementada, elevaria a taxa total sobre a carne brasileira para 76,4%, tornando inviável a exportação para os EUA.
Impacto no Setor
A proposta de tarifa surge em um momento em que a demanda americana por carne magra brasileira está em alta, impulsionada pela escassez de gado nos EUA. A proibição de importações de gado do México, devido a preocupações sanitárias, agravou ainda mais a situação. Perosa enfatizou que não existem mercados alternativos que possam absorver os volumes que seriam deslocados.
Atualmente, a carne brasileira já enfrenta uma taxa de 36,4% nos EUA. O setor está em negociações com o governo americano para tentar garantir a isenção da nova tarifa. Perosa expressou esperança de que o governo dos EUA exclua a carne brasileira da lista de produtos afetados pela sobretaxa.
Perspectivas Futuras
Caso a tarifa de 50% entre em vigor em 1º de agosto, a situação se tornará ainda mais complicada. Perosa afirmou que, se isso ocorrer, a exportação de carne para os Estados Unidos se tornará inviável. Em uma declaração recente, Howard Lutnick, secretário de Comércio dos EUA, mencionou que produtos não produzidos internamente poderiam entrar no país com tarifa zero, mas não se referiu à carne brasileira.
O futuro do setor de carne bovina no Brasil depende, portanto, das negociações em andamento e da resposta do governo americano às demandas dos exportadores brasileiros.
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