América Latina enfrenta desafio de revitalizar sistema ferroviário sustentável

Recentemente, o Foro Internacional por la Reactivación Ferroviaria reuniu especialistas em Bogotá, destacando a importância da reativação dos sistemas ferroviários na América Latina. O evento, promovido pela CAF e pelo Ministério de Transporte da Colômbia, abordou como os trens podem ser uma solução sustentável em tempos de crise climática.

Sergio Díaz Granados, presidente da CAF, enfatizou que os sistemas ferroviários são essenciais para uma região mais integrada e sustentável. Atualmente, apenas 1,4% do PIB da América Latina é investido em infraestrutura, com apenas 0,9% destinado ao transporte. Essa falta de investimento contribuiu para a queda do transporte ferroviário em favor das rodovias.

Durante o evento, foram apresentados projetos promissores, como o corredor La Dorada-Chiriguaná na Colômbia, que já duplicou sua carga em um ano, e o trem interoceânico, que visa conectar os oceanos Pacífico e Atlântico. A ministra de Transporte, Maria Fernanda Rojas, destacou a importância desses projetos para o desenvolvimento regional.

Exemplos de Sucesso

Outros países também compartilham experiências positivas. No Chile, a Empresa de Ferrocarriles (EFE) revitalizou seu sistema, cobrindo 1.200 quilômetros e transportando 61 milhões de passageiros anualmente, com 94% de sua frota elétrica. O financiamento inovador, como um empréstimo de 1,2 bilhões de dólares da CAF, foi crucial para essa recuperação.

No Uruguai, a CAF também contribuiu com 85 milhões de dólares para o ferrocarril central, catalisando investimentos adicionais. Nicolás Estupiñán, da CAF, ressaltou a necessidade de novas estratégias de financiamento para revitalizar o setor ferroviário.

Desafios e Oportunidades

Apesar das vantagens dos trens elétricos, que emitem até 80% menos dióxido de carbono, especialistas alertam para a necessidade de considerar as emissões geradas durante a construção de ferrovias. Mike de Silva, especialista em sustentabilidade, destacou que a indústria deve se comprometer a reduzir a pegada de carbono dos materiais utilizados.

O futuro dos sistemas ferroviários na América Latina depende de investimentos significativos e de um novo marco regulatório que facilite a colaboração entre países. A reativação dos trens pode não apenas melhorar a mobilidade, mas também contribuir para um desenvolvimento mais sustentável na região.