Embraer registra alta nas ações após evitar tarifas e sinaliza recuperação no mercado

A Embraer (EMBR3) teve um dia de forte recuperação na B3, com suas ações subindo mais de 10% após um decreto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que excluiu aeronaves e peças do aumento de tarifas comerciais. O movimento ocorreu na quarta-feira, 30 de agosto, e levou a uma interrupção temporária das negociações devido à volatilidade intensa.

Após a suspensão, por volta das 16h20, as ações estavam cotadas a R$ 75,53, representando uma valorização de 9,8%. Na bolsa de Nova York, os recibos de ações (ADRs) também apresentaram alta, alcançando US$ 54,42, com um aumento de 9,6%. Essa recuperação é um alívio para a Embraer, que vinha enfrentando dificuldades devido a tarifas que poderiam impactar suas exportações.

Impacto do Decreto

O decreto de Trump foi um fator crucial, pois as tarifas sobre aeronaves brasileiras poderiam ter chegado a 50%, o que afetaria severamente a lucratividade da empresa. Com a manutenção da tarifa de 10%, a Embraer agora tem um cenário mais favorável para suas operações nos EUA, um dos seus principais mercados.

Analistas do setor destacam que a decisão dos EUA é uma medida pragmática, visando evitar prejuízos para as companhias aéreas americanas que dependem das aeronaves da fabricante brasileira. O valor de mercado da Embraer aumentou em R$ 5,51 bilhões, passando de R$ 50,43 bilhões para R$ 55,93 bilhões.

Expectativas Futuras

O otimismo em relação à Embraer é palpável, com analistas prevendo novas altas para as ações. O JPMorgan reiterou a recomendação overweight, enquanto o Itaú BBA manteve a recomendação outperform, com um preço-alvo de US$ 62 para os ADRs. A expectativa é que o próximo relatório de lucros, previsto para 5 de agosto, traga resultados positivos, refletindo entregas sólidas.

A exclusão das tarifas representa um alívio significativo, já que a empresa poderia ter enfrentado um impacto de 35% no EBIT em 2025 se as tarifas mais altas fossem aplicadas. A Embraer, que já havia acumulado uma perda de 15% nas ações desde 9 de julho, agora vê um caminho mais claro para a recuperação e crescimento no mercado internacional.