Mercado financeiro britânico mostra que alta do Footsie não garante força econômica
FTSE 100 atinge novos recordes, impulsionado por setores defensivos e aumento nos gastos com defesa, refletindo mudanças no mercado global.

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o primeiro-ministro Sir Keir Starmer chegam ao Trump International Golf Links em 28 de julho de 2025, em Balmedie, Escócia. (Foto: Wpa Pool | Getty Images News | Getty Images)
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O FTSE-100, principal índice de ações do Reino Unido, vive um momento de recuperação impressionante, subindo 11% em 2023 e alcançando novos recordes. O índice, que havia sido considerado um "cachorro" entre os índices globais, superou a marca de 9.000 pontos pela primeira vez em julho e atingiu 9.138,37 na última semana.
Esse desempenho é impulsionado por setores defensivos e um aumento nos gastos com defesa, além de um fortalecimento do dólar. O FTSE-100 se destaca entre outros índices, como o S&P 500 e o Nikkei 225, sendo um dos melhores desempenhos do mercado global. Historicamente, o índice só superou o S&P em dois anos desde a crise financeira de 2008, refletindo uma mudança significativa no apetite dos investidores.
Fatores de Crescimento
O crescimento do FTSE-100 é atribuído a vários fatores. A alta nos gastos com defesa é um dos principais motores, com empresas como Rolls-Royce e BAE Systems registrando aumentos significativos em suas ações, de 75% e 59%, respectivamente, neste ano. Além disso, a queda na libra esterlina beneficia o índice, já que quatro quintos dos lucros das empresas listadas são provenientes do exterior.
Os resultados financeiros positivos de empresas como Reckitt e Lloyds Banking Group também contribuíram para o otimismo no mercado. A expectativa de um acordo comercial entre os EUA e a União Europeia trouxe alívio aos investidores, embora os resultados na Europa ainda sejam decepcionantes.
Perspectivas Futuras
Apesar do desempenho robusto, o FTSE-100 ainda apresenta um múltiplo preço/lucro apenas ligeiramente acima da média histórica, enquanto o S&P 500 opera com múltiplos quase 30. Essa diferença reflete a natureza defensiva do FTSE-100, que é mais dependente de dividendos do que de valorização de capital.
A percepção de que o FTSE-100 é um termômetro da saúde econômica do Reino Unido é enganosa. Muitas das empresas listadas operam majoritariamente fora do país, o que torna o índice menos representativo da economia britânica. Portanto, enquanto o FTSE-100 brilha em novos recordes, sua verdadeira relação com a economia local continua a ser um tema de debate.
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