Acordo comercial entre Índia e Reino Unido complica negociações com os EUA
A Índia enfrenta desafios comerciais com os EUA, enquanto busca expandir acordos com o Reino Unido e contesta tarifas e barreiras.

CNBC reporter Ganesh Rao com o Secretário de Comércio da Índia, Piyush Goyal (Foto: George Bextor, CNBC)
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Índia e Reino Unido Firmam Acordo Comercial em Meio a Desafios com os EUA
A Índia celebrou um acordo de livre comércio com o Reino Unido, que promete aumentar o comércio bilateral e impulsionar a economia britânica. No entanto, a situação se complica com a recente decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas de 25% sobre produtos indianos, a partir de 1º de agosto. Essa medida pode impactar as negociações comerciais em andamento.
O comércio indiano tem se expandido, especialmente em setores como tecnologia. O acordo com o Reino Unido é considerado um marco, com projeções de que aumentará o PIB britânico em £4,8 bilhões anualmente e elevará o comércio bilateral em £25,5 bilhões a longo prazo. O Reino Unido eliminará tarifas sobre 99% dos produtos indianos, reduzindo significativamente os custos para os exportadores indianos.
Desafios nas Relações Comerciais
Apesar do otimismo em relação ao acordo com o Reino Unido, a Índia enfrenta desafios com os EUA. O secretário de Comércio indiano, Piyush Goyal, afirmou que o país está "estudando as implicações" das tarifas impostas por Trump. As negociações com Washington, que antes eram promissoras, agora estão em um impasse, especialmente após a imposição de tarifas que Trump considera necessárias devido a práticas comerciais injustas.
Além disso, a Índia não conseguiu um tratado de investimento com o Reino Unido, o que poderia ter garantido maior proteção para investidores. Goyal minimizou a importância dessa ausência, ressaltando que o investimento direto estrangeiro no país tem crescido, mesmo sem tais garantias.
A Questão das Barreiras Não Tarifárias
Um ponto de discórdia importante é a oposição da Índia a barreiras não tarifárias, como a nova taxa de carbono do Reino Unido, que entrará em vigor em 2027. Goyal declarou que a Índia usará todos os recursos disponíveis na Organização Mundial do Comércio para contestar tais medidas, que considera prejudiciais ao comércio bilateral.
A Índia também se mostrou relutante em abrir seu mercado agrícola para produtos britânicos, uma decisão que reflete a preocupação do governo com os interesses dos agricultores, que representam uma parte significativa da população. Goyal enfatizou a necessidade de proteger as Micro, Pequenas e Médias Empresas e os agricultores indianos.
Com a complexidade das negociações comerciais, a Índia se vê em uma posição delicada, equilibrando interesses entre o Reino Unido e os EUA. O desfecho dessas negociações será crucial para o futuro das relações comerciais da Índia no cenário global.
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