Belém inaugura hub para fortalecer bioeconomia antes da COP30

Às margens de Belém, a Ilha do Combu, que abriga uma comunidade ribeirinha de aproximadamente 1.500 pessoas, agora conta com uma nova agência do Sebrae. Inaugurada em 30 de janeiro de 2024, a unidade tem como objetivo fomentar a bioeconomia local e apoiar o empreendedorismo, especialmente em vista da COP30, que ocorrerá em Belém.

A nova agência funcionará como um hub para os empreendedores da região, oferecendo serviços que vão desde a formalização de pequenos negócios até consultorias especializadas. O Sebrae busca fortalecer a biodiversidade local e alavancar o turismo, que deve aumentar significativamente durante a conferência climática, que espera receber até 70 mil visitantes em duas semanas.

Maria Ivaneide Franco Costa, da Associação de Mulheres Extrativistas do Combu, destacou que a agência será fundamental para preparar a comunidade para a chegada dos turistas. O extrativismo sustentável da Andiroba, que resulta em produtos como sabonetes e cremes, é um dos principais pilares econômicos da ilha. Atualmente, a região possui 70 empreendimentos ativos, um crescimento significativo desde 2019, quando apenas dois estavam formalizados.

Capacitação e Desenvolvimento

O Sebrae já intensificou suas atividades na Ilha do Combu desde o final de 2023, realizando 30 ações de capacitação que impactaram mais de 700 empreendedores. Entre os projetos desenvolvidos, destaca-se o "Agentes de Roteiros Turísticos", que promove o chocolate artesanal, e a consultoria de "Turismo de Experiência", que valoriza a cultura e a gastronomia local.

A nova agência foi projetada com arquitetura que reflete a cultura ribeirinha e utiliza materiais sustentáveis, como madeira reaproveitada. Além dos serviços de capacitação, os visitantes poderão encontrar uma loja colaborativa que comercializa produtos dos empreendedores locais.

A iniciativa do Sebrae visa não apenas o fortalecimento econômico, mas também a preservação ambiental, alinhando-se às diretrizes da COP30. A bioeconomia é vista como uma oportunidade para gerar 312 mil empregos e aumentar o PIB da região em R$ 40 bilhões nas próximas três décadas, destacando a importância de cadeias produtivas como a do açaí e do cacau.