Espanha considera prorrogar vida de usinas nucleares sem aumentar tarifas de energia
Iberdrola e Endesa pedem revisão do fechamento de centrais nucleares, alertando para aumento de custos e impactos na energia.

A vice-presidente do Governo e ministra para a Transição Ecológica e o Reto Demográfico, Sara Aagesen. (Foto: Fernando Sánchez/Europa Press)
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Iberdrola e Endesa solicitaram ao Governo espanhol a revisão do calendário de fechamento das centrais nucleares, acordado em 2019, que prevê o encerramento de sete usinas entre 2027 e 2035. As empresas argumentam que o fechamento antecipado resultaria em aumento dos custos para os consumidores.
A ministra para a Transição Ecológica, Sara Aagesen, respondeu às solicitações em uma carta, afirmando que qualquer revisão deve atender a três condições essenciais: não gerar custos adicionais para os consumidores, respeitar as normas de segurança do Conselho de Segurança Nuclear (CSN) e garantir a segurança do fornecimento de energia.
Os CEOs de Iberdrola e Endesa, Mario Ruiz-Tagle e José Bogas, respectivamente, manifestaram apoio às exigências do governo e destacaram que o calendário atual pode, de fato, encarecer a energia. Eles se colocaram à disposição para um encontro com a ministra, que ainda não se concretizou.
Pressões e Implicações
As elétricas também estão pressionando por mudanças fiscais que poderiam facilitar a extensão da vida útil das centrais. Um estudo da PwC sugere que o fechamento das usinas conforme o cronograma atual levaria a um aumento significativo nas tarifas de energia e à perda de arrecadação. As empresas pedem a eliminação de taxas sobre combustíveis e ecotasas que impactam suas operações.
Em várias regiões, como na Comunidade Valenciana, já houve avanços na eliminação de taxas, enquanto em outras, como na Extremadura, a pressão continua. A situação da central nuclear de Almaraz, com fechamento previsto para 2027 e 2028, é uma das mais críticas, pois uma decisão deve ser tomada até 2026.
Cenário Futuro
O debate sobre a extensão da vida útil das centrais nucleares ocorre em meio a uma disputa judicial entre Iberdrola e Endesa contra o Estado, envolvendo 778 milhões de euros. Além disso, a discussão sobre o futuro das usinas nucleares pode impactar a transição para fontes de energia renováveis, já que um adiamento pode ser visto como um sinal negativo para investimentos nesse setor.
As negociações entre as empresas e o governo continuam, mas a falta de um consenso até o momento sugere que a questão das centrais nucleares na Espanha ainda está longe de uma resolução.
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