Governo Lula prevê negociações prolongadas com Tesouro dos Estados Unidos

Após a imposição de tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras pelos Estados Unidos, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensifica esforços para mitigar os impactos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está em negociações com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, buscando ampliar a lista de exceções para produtos brasileiros.

As tarifas, anunciadas por Donald Trump, afetam setores estratégicos como aviação e agronegócio. Haddad destacou que a abertura de um canal de diálogo com Bessent é crucial, uma vez que ele é considerado um conselheiro influente de Trump. O governo brasileiro acredita que a lista de exceções pode aliviar a pressão sobre setores exportadores, embora haja preocupação com os impactos em empresas de médio e pequeno porte.

Estratégias de Negociação

O governo está avaliando um plano de contingência para proteger setores afetados, como café, carnes e pescados. Haddad anunciou que medidas de apoio serão reveladas em breve, após discussões com sindicatos e a Casa Civil. O ministro enfatizou que o foco é proteger a economia brasileira e a soberania nacional, sem descartar a possibilidade de retaliações.

A expectativa é que as negociações se estendam, já que a tarifa começará a valer em sete dias. Aproximadamente 45% dos produtos brasileiros não foram afetados, incluindo suco de laranja e aviões. Haddad ressaltou que o comércio entre Brasil e EUA, que representava 25% das exportações em 2003, precisa ser revitalizado.

Diálogo em Andamento

Embora o governo enfrente dificuldades para estabelecer um diálogo de alto nível na Casa Branca, a equipe de Haddad acredita que há espaço para conversas produtivas. O ministro já se reuniu com Bessent em maio, e novas interações estão sendo planejadas. O vice-presidente Geraldo Alckmin também está em contato com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnik, para fortalecer as tratativas.

Haddad concluiu que a semana marca o início de uma conversa mais racional e sóbria, destacando a importância de buscar maior integração comercial com os Estados Unidos.