Economista sugere criação de 'manga do amor' diante do aumento de tarifas

Os Estados Unidos anunciaram uma sobretaxa de 50% sobre a manga brasileira, impactando diretamente as exportações e criando expectativas sobre o mercado interno. A medida, divulgada pelo presidente Donald Trump, pode resultar em uma redução nos preços da fruta no Brasil durante o segundo semestre de 2023.

Com a expectativa de aumento na oferta, o chefe da seção de economia da Ceagesp, Thiago de Oliveira, sugere que a demanda por mangas pode ser estimulada por novas receitas, como a "manga do amor", uma alternativa ao popular morango do amor. Ele observa que as mangas já estão com 30% de redução nos preços e que a safra da variedade tommy, amplamente exportada, começará em agosto.

A criação de novas receitas pode ajudar a evitar o desperdício, mas há preocupações sobre a logística e o transporte das frutas. Oliveira alerta que alguns produtores podem optar por deixar as mangas apodrecerem no pé para evitar custos, o que poderia gerar problemas sérios, como pragas e impactos na próxima safra.

Além disso, a possibilidade de redirecionar as exportações para outros mercados é limitada. A Europa já está saturada com outras variedades de manga, e a logística para a Ásia apresenta desafios devido à perecibilidade do produto. No ano passado, o Brasil exportou 36,8 mil toneladas de mangas para os EUA, representando quase 15% da produção total.

Enquanto isso, confeiteiras e criadores de conteúdo já estão experimentando a "manga do amor". A chef Miriele Milani destaca que a combinação de manga e morango é perfeita, e a criadora de conteúdo Laura Tavares de Faria compartilha sua versão da receita, utilizando calda de açúcar colorido. Contudo, nem todos os consumidores aceitam a ideia de combinar manga com açúcar, e algumas receitas salgadas também estão sendo exploradas.

Economistas acreditam que a desinflação nos preços das frutas taxadas deve ocorrer, mas a situação ainda é incerta. O impacto da sobretaxa nos preços e na oferta de mangas no Brasil continua a ser monitorado, enquanto o setor busca alternativas para lidar com o excesso de produção.