Investimentos duvidosos nos EUA ameaçam acordos comerciais de Trump
Discrepâncias em compromissos de investimento entre os EUA e Japão, União Europeia e Coreia do Sul geram incertezas sobre acordos comerciais.

Shigeru Ishiba, o primeiro-ministro japonês, em entrevista após o fechamento do acordo com os EUA (Foto: Jiji Press/AFP)
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Os Estados Unidos estão enfrentando discrepâncias nas interpretações dos compromissos de investimento com parceiros comerciais, como Japão, União Europeia e Coreia do Sul. As negociações, impulsionadas pela administração de Donald Trump, visam acordos que envolvem bilhões de dólares em investimentos, mas a falta de clareza sobre os termos tem gerado incertezas.
Recentemente, o Japão anunciou a criação de um fundo de US$ 550 bilhões para investimentos nos EUA, o que foi interpretado como um fator crucial para garantir tarifas mais baixas. No entanto, divergências surgiram entre as autoridades japonesas e americanas sobre como esses investimentos seriam alocados. Enquanto Trump afirmou que os EUA receberiam 90% dos lucros, o negociador japonês Ryosei Akazawa indicou que os lucros seriam distribuídos com base no risco e na contribuição de cada parte.
Acordos com a União Europeia e Coreia do Sul
Após o Japão, a União Europeia comprometeu-se com US$ 600 bilhões em investimentos até 2028, mas sem especificar como as empresas gastariam esses recursos. A falta de um acordo formal e detalhado tem gerado ceticismo entre especialistas, que questionam a viabilidade desses compromissos.
A Coreia do Sul seguiu o exemplo japonês, oferecendo US$ 350 bilhões em investimentos em troca de tarifas reduzidas. Contudo, autoridades sul-coreanas expressaram confusão sobre a afirmação de que 90% dos lucros iriam para os americanos, considerando essa ideia difícil de entender.
Reações e Implicações
As reações ao acordo com o Japão foram inicialmente positivas, mas se tornaram mais críticas após declarações do governo Trump. O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, descreveu o Japão como um "banqueiro" para investimentos, o que foi considerado humilhante por alguns analistas japoneses. A falta de um acordo escrito e a ambiguidade nas promessas de investimento levantam questões sobre a sustentabilidade desses compromissos e a real intenção por trás deles.
A situação atual destaca a complexidade das negociações comerciais e a necessidade de maior clareza para evitar mal-entendidos que possam comprometer os acordos.
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