Setor de infraestrutura no Brasil vê ciclo mais promissor desde 1970
Executivos destacam R$ 750 bilhões em projetos de infraestrutura, mas mudanças tributárias podem ameaçar o crescimento do setor nos próximos anos

Movimento de caminhões no Porto de Santos (Foto: Eduardo Knapp 4.jul.24/Folhapress)
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Executivos do setor de infraestrutura brasileiro celebram um ciclo robusto de investimentos, com 550 projetos prontos que totalizam R$ 750 bilhões. O otimismo foi evidente em evento promovido pelo Lide, onde líderes do setor destacaram a importância do ambiente favorável à entrada de capital privado e à articulação entre os entes públicos.
Venilton Tadini, presidente da Abdib, afirmou que o Brasil vive um momento singular, comparável ao que ocorreu na segunda metade dos anos 1970. Ele ressaltou que o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), criado no governo Michel Temer, foi crucial para reorganizar o setor e atrair investimentos. Tadini projetou que o país deve alcançar quase R$ 300 bilhões em investimentos em 2024.
Desafios e Críticas
Apesar do entusiasmo, o setor enfrenta desafios, especialmente em relação a mudanças na tributação. A recente medida provisória que aumentou a tributação sobre debêntures incentivadas gerou preocupações sobre a sustentabilidade do crescimento. Tadini criticou a visão fiscalista de curto prazo que, segundo ele, pode prejudicar a retomada do crescimento.
André De Angelo, CEO da Acciona Brasil, destacou que o Brasil lidera em volume de projetos estruturados, mas enfatizou a necessidade de um aumento significativo nos investimentos. Ele alertou que os R$ 280 bilhões previstos até 2025 são insuficientes para acompanhar o crescimento do PIB.
Oportunidades no Setor
Carlos Piani, CEO da Sabesp, trouxe uma perspectiva otimista, afirmando que a busca por ativos protegidos contra a inflação pode beneficiar o setor de infraestrutura. Marco Aurélio Barcelos, presidente da ABCR, também compartilhou essa visão, destacando que o Brasil possui a segunda maior malha rodoviária concedida do mundo, atrás apenas da China.
Os líderes do setor concordam que o momento atual é propício para novos negócios, mas alertam para a necessidade de atenção às mudanças regulatórias que podem impactar contratos existentes. A expectativa é que o setor de rodovias e saneamento continue a atrair oportunidades significativas nos próximos anos.
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