Tarifas globais de Trump geram incerteza no comércio para varejistas

A guerra comercial iniciada pelo ex-presidente Donald Trump continua a impactar o setor varejista dos Estados Unidos, especialmente com a implementação de novas tarifas globais. Para a primavera de 2026, as incertezas nas decisões de compra e produção estão crescendo, com especialistas alertando para potenciais aumentos de preços e cortes de empregos.

Os varejistas estão enfrentando um cenário desafiador, onde as tarifas podem resultar em preços mais altos e uma redução na variedade de produtos disponíveis. Steve Lamar, CEO da American Apparel & Footwear Association, destacou que a situação atual é uma "tempestade perfeita" para um difícil período de compras. Ele afirmou que as marcas estão lutando para entender os novos acordos comerciais e ponderando se devem aumentar preços ou cortar empregos.

A indústria da moda, que representa menos de 5% de todas as importações em valor, é responsável por mais de 25% das tarifas arrecadadas pelo governo dos EUA. Com a aproximação da primavera, a hesitação em fazer pedidos está se espalhando entre os varejistas, que buscam clareza nas condições comerciais. David French, do National Retail Federation, enfatizou que o objetivo deve ser acordos comerciais que reduzam tarifas, não que as aumentem.

Empresas como a Flora, que desenvolve produtos de saúde, estão adiando lançamentos devido à incerteza tarifária. O fundador Aabesh De mencionou que a aplicação de tarifas de 60% sobre seus produtos pode elevar os preços significativamente, levando a uma revisão completa de sua estratégia de fornecimento. Enquanto isso, Jon Gold, do NRF, afirmou que a incerteza está dificultando o planejamento dos varejistas, o que pode resultar em custos mais altos e menor disponibilidade de produtos.

A situação é complexa, com muitos varejistas optando por manter seus pedidos, mesmo diante da incerteza. Jan Rogers Kniffen, consultor do setor, observou que as empresas que pausaram seus pedidos frequentemente se arrependeram da decisão. Embora as compras para a temporada de outono estejam em queda, a demanda do consumidor permanece sólida, com gastos de volta às aulas superando as expectativas.