Wall Street reage a fraco relatório de empregos e taxa de juros pode cair em setembro

O Federal Reserve manteve as taxas de juros entre 4,25% e 4,5%, mas a divulgação do relatório de empregos de julho, que mostrou a criação de apenas 73.000 vagas, muito abaixo das expectativas de 100.000, pode alterar essa decisão. As revisões negativas para os meses anteriores, que somaram uma redução de 258.000 vagas, aumentaram as chances de um corte nas taxas na próxima reunião, marcada para setembro.

O aumento da taxa de desemprego para 4,2% e a leve alta de 3,9% nos salários anuais indicam um enfraquecimento do mercado de trabalho. O analista Jim Cramer, da CNBC, destacou que a falta de crescimento no emprego e a estagnação dos salários são razões suficientes para que o Fed considere um corte nas taxas. Ele afirmou que os dados recentes sugerem que o presidente do Fed, Jerome Powell, poderia ter agido mais rapidamente.

Expectativas de Corte nas Taxas

Após a divulgação do relatório, as expectativas de um corte nas taxas de juros em setembro aumentaram significativamente. As probabilidades de uma redução passaram de 38% para quase 79% em apenas um dia, segundo o CME's FedWatch tool. O mercado reagiu com uma venda acentuada de ações, com o S&P 500 e o Nasdaq caindo mais de 1,5% e 2%, respectivamente.

Rick Rieder, diretor de investimentos da BlackRock, afirmou que as evidências necessárias para justificar um corte chegaram com o relatório de empregos. Ele destacou que, se a força de trabalho continuar a apresentar sinais de fraqueza, o Fed pode considerar uma redução de 50 pontos base. As chances de um corte na reunião de setembro aumentaram para 83%, uma elevação significativa em relação aos 40% registrados na quinta-feira anterior.

Análise do Cenário Econômico

Durante a coletiva de imprensa após a reunião do Fed, Powell mencionou que a política monetária ainda é "modestamente restritiva" devido à força da economia e à incerteza em relação à inflação. No entanto, ele também reconheceu os riscos para o mercado de trabalho, deixando em aberto a possibilidade de ajustes nas taxas conforme novos dados se tornem disponíveis. A situação atual sugere que o banco central pode precisar agir rapidamente para responder às mudanças nas condições econômicas.