Fabio Abrate revela que recuperação judicial era plano B das Lojas Americanas
Ex diretor financeiro da Americanas revela estratégia de fraudes e complica situação da empresa em recuperação judicial

Escândalo contábil da Americanas veio à tona em 11 de janeiro de 2023 (Foto: Divulgação)
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O escândalo contábil da Americanas, revelado em 11 de janeiro de 2023, ganhou novos desdobramentos com a delação do ex-diretor financeiro Fabio Abrate. Em seu depoimento, Abrate sugere que a empresa tinha uma estratégia pré-planejada para enfrentar a crise, envolvendo baixas contábeis, o que foi negado pelos acionistas da companhia.
Abrate afirmou que o plano inicial consistia em negociar com os bancos e realizar baixas contábeis para reduzir custos. Essa abordagem, segundo ele, visava beneficiar os acionistas Beto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles. Contudo, a situação se complicou, levando à necessidade de um "plano B": a recuperação judicial. O ex-diretor comparou a estratégia da Americanas a ações anteriores de empresas como Kraft Heinz e ALL, que também realizaram baixas contábeis significativas.
Delação e Reações
O depoimento de Abrate, que foi revelado após a conclusão da denúncia pelo Ministério Público Federal (MPF) em março de 2023, menciona um suposto envolvimento do ex-CEO Sergio Rial na estratégia. Rial, que assumiu a presidência da Americanas em 2 de janeiro de 2023 e renunciou no mesmo mês, negou qualquer participação no planejamento. Em resposta, a assessoria de Rial classificou as alegações como caluniosas e sem fundamento.
Além disso, a delação de Abrate sugere que, no dia da divulgação do escândalo, já havia um rascunho de uma tutela para impedir o bloqueio de bens da empresa. A Americanas, por sua vez, afirmou que estava se preparando para tomar medidas judiciais que garantissem a continuidade de suas operações.
Implicações e Acordos
O MPF apresentou denúncias contra 13 ex-executivos da Americanas, alegando que o conselho de administração e os acionistas foram enganados. Em novembro de 2023, os acionistas controladores da empresa firmaram um acordo com os bancos credores, comprometendo-se a injetar R$ 12 bilhões na companhia. Abrate destacou que essa injeção de capital foi uma estratégia para minimizar os custos da recuperação judicial.
As alegações de Abrate, no entanto, foram contestadas pelos acionistas, que afirmaram não ter conhecimento das fraudes e que suas ações visavam salvar a empresa. A Americanas reiterou sua confiança nas investigações em andamento e se posicionou contra as insinuações feitas por Abrate, enfatizando que a antiga diretoria foi responsável pela fraude.
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